São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Renovação na Câmara deve chegar a 40%

PPB continuará com maior bancada; Prona terá seu 1º vereador

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal de São Paulo deve ter uma renovação de vereadores em torno de 40%, segundo dados extra-oficiais divulgados ontem à noite pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Até o fechamento desta edição, o tribunal não tinha previsão de quando seria divulgada a lista final dos 55 eleitos.
O PPB continuará sendo a maior bancada na Casa: entre 19 e 20 vereadores. Hoje são 20.
A bancada do PT deve diminuir a a partir de janeiro. Dos atuais 13 vereadores, terá entre 9 e 11.
A surpresa é que, pela primeira vez, o Prona deverá ter representante em São Paulo: o candidato Osvaldo Eneas Soares -cuja aparência física é muito semelhante à do líder de seu partido, Enéas Carneiro- está virtualmente eleito.
A porcentagem de renovação dos parlamentares da Câmara este ano foi igual a que ocorreu há quatro anos, quando 60% dos vereadores conseguiram a reeleição.
Além desses, Jooji Hato (PMDB), virtualmente eleito, também é considerado malufista.
O resultado indica que o malufismo mantém sua hegemonia na Câmara até o ano 2000. A maioria são 28 votos, que podem ser atraídos ainda do PMDB ou do Prona.
Não-reeleitos
Vereadores não-reeleitos viveram ontem um clima de "velório" na Câmara. Dos procurados, nenhum quis dar entrevistas.
Em seu gabinete, Tereza Lajolo (PT) chorava enquanto em salas vizinhas assessores soltavam rojões nas janelas, comemorando a reeleição de seus vereadores.
Tereza apresentou 24 projetos e teve 3 sancionados pelo prefeito. Oito davam nomes a ruas, criavam datas ou prestavam homenagens.
Maurício Faria (PT) também não quis falar. Em seu segundo mandato, Faria considerava que esta sua legislatura foi a "melhor".
Faria foi um dos poucos que não apresentou nenhum projeto de batismo de ruas ou de criação de datas comemorativas.
Apresentou 25 projetos e teve 3 sancionados por Maluf.
Murillo Antunes Alves (PMDB), que também não se reelegeu, foi à Câmara, mas passou a maior parte do dia em sua casa, sendo informado, por telefone, por assessores, sobre a apuração.
A Folha telefonou quatro vezes para sua casa ontem à tarde.
Em todas, uma mulher -que não se identificou- afirmava que o vereador estava descansando e que não poderia atender a reportagem.

Texto Anterior: DNA pode livrar médico acusado de estupro
Próximo Texto: Colasuonno deve ser o novo presidente
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.