São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996
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Tratamento diferente; Parcialidade; Exagero; Surra eleitoral; Efeito indesejável; Decisão inusitada; Capitalismo à antiga; Com platéia; Ensino falido; Sutileza de elefante; Cumprimento; Descuido

Tratamento diferente
"Não podemos deixar sem registro o diferente tratamento dispensado aos candidatos à Prefeitura de São Paulo no caderno especial de eleições, publicado em 3/10.
As reportagens sobre Luiza Erundina e Celso Pitta tiveram um tratamento simpático e informativo, enquanto o texto sobre José Serra beirava um manifesto de oposição ao candidato, repleto de ataques, ironias, opiniões e ilações absolutamente hostis. Acrescente-se que o autor da reportagem não ouviu o candidato e limitou-se a acompanhar três eventos de campanha.
Estranhamos tal procedimento, sobretudo no dia das eleições, quando muitos leitores podem ainda estar interessados em informações imparciais sobre os candidatos e suas propostas para definir seu voto."
Lu Fernandes, coordenadora de comunicação da campanha de José Serra (São Paulo, SP)

Parcialidade
"Deploráveis as fotos da primeira página de 3/10. Colocar os candidatos com aquelas placas com seus números -45, 13 e 11, nessa ordem-, só para induzir alguns eleitores a votar num possível 45% de intenção de voto ao Serra, é extrapolar a imparcialidade que este jornal tinha outrora."
Henrique Mauricio Campos (Goiânia, GO)

Exagero
"O Brasil é o país dos exageros. Assisti à programação da TV Bandeirantes em 3/10 e não posso acreditar que o besteirol que assola a Justiça Eleitoral no país tenha chegado ao extremo de punir a emissora que melhor informou os telespectadores no dia da eleição -e com imparcialidade.
Para quem a gente pede para tirar o TRE/SP do ar? Até quando?"
Eduardo Chaves (Campinas, SP)
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"Gostaria de deixar registrado meu protesto quanto à atitude da Justiça Eleitoral ao tirar do ar, por 24 horas, a Rede Bandeirantes sob a alegação de que estaria influenciando o eleitorado.
Essa emissora tem a prática de realizar debates políticos em todos os dias em que ocorrem as eleições e nunca sofreu qualquer punição.
Onde está a democracia? Onde está o direito à informação? Como pode uma emissora ser punida por prestar serviços à população, contribuindo para o debate político e, consequentemente, para a democracia?"
Paulo André Machado Kulsar (Mogi das Cruzes, SP)

Surra eleitoral
"Deus é grande. Mas o povo é muito maior e extirpou da vida pública o enganador Francisco Rossi.
Isso ocorreu, simultaneamente, aqui e em Osasco, onde seu primo-candidato sofreu fragorosa surra já no primeiro turno."
Oswaldo Catan (São Paulo, SP)

Efeito indesejável
"Que maiores de 14 anos sejam não imputáveis por lei é um absurdo. Não vamos melhorar nada com isso.
E mais, as pessoas vão se defender por conta própria, o que é indesejável em uma sociedade organizada."
Bernaro Storch (São Paulo, SP)

Decisão inusitada
"Certamente a América Latina em geral, e o Brasil em particular, constam como importantes prioridades da política externa francesa.
Nessas condições, é de difícil compreensão e parece uma clara contradição a decisão de enviar para a Etiópia um dos maiores especialistas europeus em questões latino-americanas, que ora presta serviços no Ministério das Relações Exteriores daquele país."
Ricardo Seitenfus (Santa Maria, RS)

Capitalismo à antiga
"O aumento da 'produtividade' ocorrido na presente década, incluindo os 'anos FHC', decorreu mais do prolongamento da jornada de trabalho e do aumento do tempo efetivamente trabalhado durante a jornada normal (pelo aumento do ritmo de trabalho, diminuição das pausas e redução de 'tempos mortos' na produção) do que de mudanças na base técnica.
Assim, a taxa de investimento da economia não tem aumentado. Daí que é incorreta a afirmação de FHC: 'O que é a produtividade senão o velho conceito de mais-valia relativa de Marx?'.
Se quis com isso identificar seu projeto com a 'modernidade' capitalista, não precisaria falsificar Marx. Em muitos aspectos o capitalismo da véspera do século 21, mesmo no Primeiro Mundo, está cada vez mais parecido com o do século passado."
Gustavo Codas Friedmann (São Paulo, SP)

Com platéia
"Com referência ao artigo 'Ana Lúcia', de Jorge da Cunha Lima (20/9): digna. Bonita. Quase apaixonada a solidariedade de Jorge da Cunha Lima à sra. Ana Lúcia Magalhães Pinto.
Só é necessário lembrar que o indiciamento não decorreu do fato de ela ser 'nora'. A sra. Ana Lúcia era diretora do Banco Nacional!
Por essa razão não consegui perceber o sentido de que se revestiu o artigo. A intimidade de uma carta ou uma visita pessoal, acredito, melhor falaria àquele coração ferido.
Ou será que até a solidariedade precisa de platéia?"
Odair dos Santos Perdigão (São Paulo, SP)

Ensino falido
"Até quando estudantes que 'realmente necessitam' do ensino gratuito, mas que por motivos óbvios não cursaram boas escolas, serão impedidos de prosseguir seus estudos?
O governo não percebeu que o ensino básico público no Brasil está falido, que não é capaz de preparar bem seus estudantes para competir nos vestibulares de universidades públicas?"
Mari Valma Fernandes Lima (São Paulo, SP)

Sutileza de elefante
"Na edição de 16/9 a Folha foi de uma sutileza de elefante quando no seu caderno de Negócios estampou na capa a reportagem 'Internet dobra faturamento com anúncios', que nos remete à pág. 2-10 onde, abaixo do complemento da reportagem, veicula o anúncio do Universo Online, ou seja, ficou claro que este jornal está preparando o caminho para se tornar um 'site' vendedor de anúncios...
Sei que esse é o caminho, mas a sutileza foi primária."
Luiz Otavio de Azevedo (Rio de Janeiro, RJ)

Cumprimento
"Gostaria de parabenizar o grupo Folha e o grupo Abril pela união de seus 'sites' e serviços via Internet Universo Online e Brasil OnLine."
Radoico Camara Guimarães (São Paulo, SP)

Descuido
"Dia 11/9, em frente ao hospital Sírio Libanês, deixei o meu carro estacionado junto com outros tantos e fui visitar um parente. Foi rápido, em 20 minutos eu já estava de volta.
Quando saí, surpresa! Os agentes da lei guincharam o meu carro. Corri atrás, implorei. 'Nada a fazer', me disse o 'grande homem'.
Por que tudo isso? Sou um perigo para a sociedade? Prejudiquei alguém? Cometi um crime?
Passei por dois assaltos à mão armada, estava sozinha. Os homens da lei, onde estavam?
Cometi o pequeno delito do descuido. Não reparei na placa, já que tantos carros estavam estacionados na mesma rua e eu estava apressadíssima."
Lidia Maria Damy Sita (São Paulo, SP)

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