São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Queixa atinge

médico 'de grife'

AURELIANO BIANCARELLI; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A psicanalista Márcia Costa, 33, do Rio, diz que seu pai não teve seus direitos respeitados quando operou um aneurisma de aorta abdominal, há dois anos, com um médico "de grife". "Fomos mal informados dos riscos", diz Costa.
Segundo seu relato, o pai, de 73 anos, tinha boa saúde, pois o aneurisma não gerava sintomas, mas poderia matá-lo no futuro.
Aconselhados por um especialista conceituado, paciente e familiares concordaram com a operação. "O médico nos disse que a chance de sucesso era de 90%", diz.
Após a cirurgia, feita em hospital particular, houve complicações. Segundo Costa, a família ficou dias sem explicação adequada sobre o estado do pai, internado na UTI.
Como o estado do pai só se agravou, os familiares pensaram em chamar um especialista em UTI. O médico se opôs e disse que largaria o caso se outro fosse chamado.
"Só nessa ocasião, 15 dias após a cirurgia, disse que os 90% se referiam à chance de o paciente sair vivo da operação, que, segundo ele, tinha sido um sucesso." O pai de Márcia morreu após ficar 22 dias na UTI.
(AB e RSc)

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