São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Forte concorrência abala gigante AT&T

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

Os últimos 12 dias não foram fáceis para a AT&T, a maior empresa norte-americana de telecomunicações. A companhia anunciou que seu lucro será menor do que se esperava e enfrentou uma série de especulações sobre sua capacidade de manter a liderança em um mercado cada vez mais competitivo.
Desde o começo do ano, a imagem da AT&T está na berlinda e suas ações perderam 20% do valor que tinham até dezembro.
A onda de más notícias acabou ofuscando o brilho do anúncio de três novos serviços da AT&T feitos nos últimos 12 dias:
1) a tarifa de 15 centavos de dólar para cada minuto de ligações interurbanas nos EUA, sem restrições de horários e locais;
2) um telefone celular digital, com uma bateria mais potente e um serviço de correio eletrônico que permite o envio de mensagens para um visor semelhante aos usados em pages (os "bips");
3) uma associação com a Microsoft que permitirá aos usuários do serviço WorldNet da AT&T terem acesso ao Microsoft Internet 3.0.
Com a redução de tarifas, a AT&T pretende reconquistar usuários que trocaram seus serviços pelos de companhias menores, mais agressivas e com preços mais competitivos.
A ferocidade da concorrência no mercado norte-americano de telecomunicações é algo que vem ameaçando a AT&T de forma mais intensa desde fevereiro, quando o presidente Bill Clinton sancionou a legislação que desregulamenta as telecomunicações.
Muitos analistas compararam a empresa à IBM, um gigante que não teve agilidade para acompanhar as rápidas mudanças da era dos computadores pessoais.
Reestruturação
A AT&T vem empreendendo um esforço fenomenal para manter sua liderança no mercado.
Em novembro do ano passado, Robert Allen, principal executivo da AT&T, anunciou que a empresa seria dividida em três unidades independentes e, teoricamente, mais ágeis. Dois meses depois, a AT&T previu 40 mil demissões.
Ela enfrenta outros problemas além da concorrência, da queda da expectativa de lucro, da queda das ações e dos problemas na área de cartão de crédito.
Allen vem tendo sua capacidade de liderança questionada por analistas do mercado, para os quais ele não tem o perfil ideal para conduzir a empresa nessa nova fase.
Para piorar, seu provável sucessor, Alex Mandl, deixou a AT&T no mês passado para assumir a pequena empresa de celulares American Communications.

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