São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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SOS Fluminense

TELÊ SANTANA

Estive no estádio das Laranjeiras para acompanhar o jogo entre Fluminense e Guarani, do Equador, pela Copa Conmebol, na quarta-feira passada. Foi assustador.
O time precisava vencer por dois gols de diferença, saiu perdendo por 2 a 0 e apenas empatou no final.
Os torcedores, revoltados, ficaram violentos. Queriam agredir dirigentes e jogadores e quase quebraram toda a sede social do clube.
Foi a primeira vez que passei por uma experiência desse tipo. Tentei pedir calma para a situação não piorar, mas os torcedores só foram contidos por policiais.
Pressionados, os diretores pediram demissão.
O time chegou a uma situação muito difícil. Não tem dinheiro para contratar e até deve aos seus jogadores.
Mas, quem quiser ajudar o clube a sair do buraco, o que deve demorar um pouco, precisa manter a cabeça no lugar.
Cada um deve ajudar, a seu modo, o Fluminense. Caso contrário, ninguém vai querer assumir o controle do clube nessa situação difícil.
Eu, por exemplo, tenho procurado comparecer aos jogos e incentivar os jogadores na concentração.
O Renato deixou de ser um simples jogador para se tornar um profissional muito competente. Sua ajuda é de grande valor.
Teve coragem de ser o técnico do time no momento de necessidade. Perdeu uma partida de goleada, é verdade, mas foi corajoso.
Agora, chegou a vez dos torcedores! Eles devem entender que todos os clubes passam por uma situação como essa.
Quando dirigi o Palmeiras, na época do jejum de títulos, por exemplo, torcedores quebraram a sala de troféus do clube quando o time perdeu um campeonato.
Isso não pode acontecer no Fluminense. A sala de troféus é uma das coisas mais belas desse clube.
Por tudo isso, a torcida que gosta mesmo do Fluminense deve apoiar os jogadores no jogo deste domingo contra o Atlético-MG.
Se começarem a vaiar os jogadores em todos os momentos, eles ficarão intranquilos, e o resultado, novamente, será desastroso.

E-mail: tele@wgserver.cyberland.com.br

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