São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Wolff mostra na Pinacoteca a arte que há por trás da sinuca

KATIA CANTON
ESPECIAL PARA A FOLHA

O artista Carl Emanuel Wolff, representante da Alemanha na 23ª Bienal, mostra a arte que pode existir por trás de um jogo de sinuca.
Quem aparecer na Pinacoteca do Estado (av. Tiradentes, 141, tel. 227-6329) hoje, às 14 horas, vai, de fato, assistir a um torneiro de craques entre os campeões Ratinho e Roberto Carlos.
Enquanto observa a corrida de bolas deslizando sobre a mesa verde, cada espectador terá de carregar um peixe, ou melhor, uma das 200 esculturas fabricadas pelo artista, feitas com bolas de bilhar e feltro.
"A peça é uma metáfora à arte atual. É pesada, cega, você tem de segurá-la para poder senti-la, dialogar com ela", diz Karin Stempel, curadora da Alemanha na Bienal.
O jogo de sinuca de hoje faz parte de um conjunto de outros eventos escolhidos por Wolff para compor esse diálogo-metáfora sobre sua visão da arte contemporânea.
Em vez de criar uma obra no espaço reservado a seu país dentro da Bienal, o artista apresenta ali apenas uma agência de viagens, onde serão distribuídos mapas pontuando as performances realizadas pelo artista em ruas de São Paulo.
As intervenções de Wolff vão desde um lustre feito com cigarros, que ele realizou dentro da tabacaria Ranieri (al. Lorena, 1.221, tel. 852-5504), até um porco do mato de bronze, que ficará no cruzamento da avenida Tiradentes com a rua São Caetano. "Wolff quer reintegrar arte à vida", explica Stempel.
Nascido em Düsseldorf em 1957, Wolff, que vive em Essen (ambas cidades alemãs), comenta em seu trabalho a falsa independência da arte nos dias de hoje.

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