São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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23ª Bienal começa hoje
IRINEU FRANCO PERPETUO
Este ano, a Bienal emagreceu em número de artistas, de 206 para 136, mas ganhou em densidade artística. Os quilos enxugados na área de representações nacionais foram recuperados com a criação de dois novos setores. As salas especiais, que normalmente recebem as grandes atrações, foram enriquecidas com a instituição de uma seção chamada Espaço Museológico. Até 8 de dezembro, uma sala retangular de 3.000 metros quadrados, no terceiro andar, será a residência de trabalhos de artistas mundialmente famosos como Picasso, Andy Warhol e Munch. Com a introdução desses pesos-pesados, o custo da mostra triplicou em relação à última edição. Além do Espaço Museológico, outra "menina dos olhos" dos organizadores da exposição é a Universalis, seção em que oito curadores escolheram artistas emergentes de sete regiões do globo. A geografia da Bienal dividiu o mundo em África e Oceania, América Latina, Ásia, Brasil, Canadá e Estados Unidos, Europa Ocidental e Europa Oriental. Alguns destaques, como o russo Ilya Kabakov e o japonês Yukinori Yanagi, estão nesse segmento, que fica no primeiro andar. Depois de subir a rampa, o visitante chega à área das representações nacionais. Internamente, esse segundo andar ficou conhecido como "supermercado", tamanha a variedade de estilos dos representantes dos 75 países. Desmaterialização Apesar de muitos artistas desconhecerem, o tema da mostra é a "desmaterialização da obra de arte no final do milênio". Segundo o curador da Bienal, Nelson Aguilar, a desmaterialização é, ao mesmo tempo, o movimento a partir do qual a arte se afasta das referências naturalistas e a concepção de que a idéia que está por trás de um trabalho é mais importante do que a obra de arte em si. Assim, a arte começa a se desmaterializar quando o artista retrata o imaginário como se fosse natural. Segundo estimativas da Bienal, o público deve ser superior a 10 mil pessoas por dia. Para tentar esclarecer as questões desse contingente, a Bienal preparou um batalhão de 110 monitores, que passaram por treinamento intensivo. Texto Anterior: Filha mestiça virou baronesa na Áustria Próximo Texto: Wolff mostra na Pinacoteca a arte que há por trás da sinuca Índice |
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