São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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REELEIÇÃO MAIS CARA A prometida ofensiva do prefeito paulistano, Paulo Maluf, contra a emenda que autoriza a reeleição pode estar tendo, no momento, o seu peso sobredimensionado. É óbvio que, se Maluf estivesse a favor, a emenda da reeleição seria aprovada com enorme facilidade, considerando-se que a oposição a ela ficaria reduzida aos partidos de esquerda, minoritários, e a grupos igualmente minoritários do PMDB. Mas o governo pode conseguir a maioria de três quintos, necessária para a aprovação de qualquer emenda constitucional, mesmo sem os 95 votos do PPB de Maluf, se é que o prefeito controla todos eles. Para dar cores um pouco mais fortes à hipótese de rejeição da emenda, surgiram queixas também do PFL contra o habitual destempero do ministro Sérgio Motta. O senador Antonio Carlos Magalhães, principal líder pefelista, parece temer que, uma vez aprovada a emenda da reeleição, Motta sinta-se livre para alvejar seus próprios aliados do PFL, com os quais a convivência nem sempre é tranquila. Mas os queixumes do PFL precisam ser colocados na perspectiva correta. O partido não dispõe de uma candidatura própria, alternativa à de FHC. Logo, a possibilidade de continuar no poder, sua incontrolável vocação, depende de Fernando Henrique Cardoso poder concorrer de novamente e, é claro, vencer. Do contrário, o mais provável é que o PFL sofra o que o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (do próprio partido, aliás), chama de "lipoaspiração" por parte de Maluf. Nesse caso, Maluf seria a única perspectiva de poder disponível, no campo ideológico em que se situa o PFL. Logo, tenderia a atrair muitos pefelistas, enfraquecendo as atuais lideranças do partido. Por tudo isso, parece mais lógico considerar que o projeto de reeleição esteja sofrendo abalos apenas relativos como consequência do pleito municipal. Pode, sim, ter aumentado o preço político ou fisiológico que deverá ser cobrado do presidente para vê-la aprovada. Próximo Texto: JUSTIÇA ELEITORAL Índice |
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