São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996
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Cresce a venda de importados de luxo

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os produtos importados de luxo, que há alguns anos tinham uma clientela restrita, estão conquistando espaço no mercado brasileiro. As vendas de champanhe francês, cosméticos e perfumes de grife cresceram, nos últimos dois anos, entre 50% e 80% ao ano.
No Natal, que concentra a maior parte das vendas de artigos de luxo, deverá ser registrado aumento de até 70% em relação às vendas de 1995, estimam importadores.
A ampliação do mercado desperta o interesse de marcas internacionais de produtos sofisticados. A maior variedade, com a redução das alíquotas de importação, fez com que os preços diminuíssem.
A valorização da moeda também contribuiu para que esses produtos tivessem preços mais competitivos.
França 2000
A feira França 2000, que terminou ontem em São Paulo, trouxe várias empresas de luxo que apostam na maior estabilidade da economia e pretendem desenvolver seus negócios no Brasil.
A Veuve Cliquot, fabricante de champanhe, e a grife de roupas Cacharel são marcas tradicionais que querem se instalar no país.
A Mo‰t & Chandon importa champanhes desde 1973. "Houve uma explosão das vendas em 1995", diz Remi Coubronne, gerente de produtos franceses da M. Chandon do Brasil.
Em 1995, as vendas cresceram cerca de 80% em relação a 1994, quando houve, no final do ano, o primeiro sinal de aquecimento, diz Coubronne. Elas devem aumentar 70% em 1996.
Em 1994, uma garrafa de Mo‰t & Chandon custava R$ 75. Baixou para R$ 55 em 1995 e no próximo Natal deverá estar sendo vendida a R$ 49, quando a Mo‰t espera aumento das vendas em 70%.
A Veuve Cliquot decide em 1997 se instalará operadora no país. "Estamos investindo a longo prazo no Brasil", diz Roberto Szachnowicz, diretor regional de exportação da empresa.
A Veuve bateu recorde de vendas em 1995: 50 mil garrafas, com preços entre R$ 60 e R$ 70. Mais de 50% desse total foi vendido no varejo. Neste ano, as vendas devem cair, com a ruptura de contrato com o distribuidor.
Perfumes e cosméticos
Em dois anos, a Lancôme, da L'Oréal, registrou crescimento de 80% das vendas ao ano. Andréa Mota, gerente de produto da empresa, disse considerar o mercado brasileiro de cosméticos de luxo "extremamente promissor".
A L'Oréal importa, desde março, os produtos da Biotherm, outra marca do grupo conhecida pelos seus cremes de beleza. A alíquota de importação de perfumes passou de 85% em 1991 para 18% em 1996.
Marcos Rothemberg, sócio da importadora de perfumes RR Rothemberg Rothemberg, afirma que as vendas passaram de 350 mil frascos em 1994 para 500 mil no ano passado. Neste ano, ele espera vender mais de 800 mil vidros de perfume.
Rothemberg vende produtos que custam de R$ 25 (Azzaro) a R$ 400 (Cartier). "Antes da abertura, o consumidor não tinha acesso a produtos que são símbolos de luxo", afirma Rothemberg.

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