São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996 |
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Argentina quer o fim dos incentivos a exportadores País vizinho alega que os brasileiros têm mais benefícios DENISE CHRISPIM MARIN
A Argentina reivindica a eliminação de incentivos à exportação brasileira. Alega que exportadores argentinos não têm benefícios semelhantes, o que desequilibraria o comércio entre os países. Também deve pressionar o governo brasileiro a apressar a abertura do setor de petróleo. O objetivo é facilitar o fornecimento do óleo argentino às distribuidoras, sem a intermediação da Petrobrás. O secretário de Indústria e Mineração da Argentina, Alieto Guadagni, que foi embaixador no Brasil até junho deste ano, vai conduzir pessoalmente as negociações. A Folha apurou que os negociadores brasileiros não pretendem ceder. A reivindicação argentina se confronta com os objetivos do governo de incrementar as exportações, com base em isenções fiscais e oferta de crédito. Neste ano, o Brasil deve fechar suas contas externas com déficit estimado de US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões. Em 1995, o resultado já foi negativo, de US$ 3,11 bilhões. Guadagni alega que o comércio bilateral no primeiro semestre manteve superávit médio de US$ 100 milhões por mês para a Argentina. Em agosto, caiu para US$ 6 milhões, por conta do incentivo às exportações brasileiras. Reembolso Guadagni vai requerer ao Brasil a eliminação do reembolso da Cofins e do PIS aos exportadores. Além disso, vai pedir também a extinção da linha de financiamento às exportações abreta pelo BNDES, de R$ 1 bilhão. Ocorre que esse incentivo fracassou, segundo o próprio BNDES e a Câmara de Comércio Exterior. Até agora, não concedeu mais que R$ 200 milhões em créditos e deve passar por reformulação. Guadagni tem reunião hoje com o embaixador José Botafogo Gonçalves, subsecretário de Assuntos Econômicos, Integração e Comércio Exterior do Itamaraty. Amanhã, tratará desses temas com os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Raimundo Britto (Minas e Energia) e nos ministérios do Planejamento e da Indústria, do Comércio e do Turismo. Texto Anterior: Unicidade, a falsa unidade sindical Próximo Texto: Juros e terra arrasada Índice |
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