São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996 |
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Admiradores falam no "Clube do Tom"
MARISA ADÁN GIL
A home page, que leva o nome de "Clube do Tom", foi criada pelo músico e publicitário Luiz Roberto Oliveira, 57. O endereço é http://www.nortemag.com/tom/. Ex-parceiro de Vinicius de Moraes e Geraldo Vandré, Oliveira foi amigo do maestro, que encontrou pela primeira vez em 1960. "Quando soube que ele gostava de uma música minha, não acreditei", conta Luiz Roberto, então aluno de violão de Carlos Lyra. Nos anos 60, trabalhou como violonista e compôs com Geraldo Vandré ("Tristeza de Amar", entre outras) e Vinicius de Moraes ("Moça" e "Poema e Lágrimas na Morte de Manuel Bandeira"). Nos anos 70, depois de estudar música no Breklee College of Music, em Boston, decidiu se dedicar à publicidade, fundando a produtora de trilhas Norte Magnético. Autorização "São pinceladas sobre Tom", diz Luiz Roberto, descrevendo o "site". "Não quis fazer um relato histórico, mas reunir depoimentos de admiradores e pessoas que foram próximas a ele." O publicitário diz que procurou ser fiel ao "espírito" do maestro. "O site tinha que ser visualmente simples, sem coisas piscando. Se não, não seria Tom Jobim." Quando decidiu montar a página, em fevereiro de 96, ao lado do também publicitário Sérgio Lima, Luiz Roberto procurou Ana Lontra Jobim, viúva de Tom. Recebeu dela uma autorização por escrito. "Achei necessário pedir uma autorização", diz Luiz Roberto. "Especialmente depois que proibiram a página da Micheline Barroso sobre Vinicius de Moraes." Luiz Roberto mantinha contato com Micheline via e-mail (leia texto ao lado). "Foi um infortúnio", afirma. "Ela me enviou uma carta tristíssima. Aquela página só fazia bem para o Vinicius." Inéditas Luiz Roberto conseguiu bem mais que uma autorização. Com a colaboração de Paulo Jobim, filho do compositor, montou uma discografia extensiva de Tom Jobim (não apenas como intérprete, mas como arranjador). Paulo colaborou ainda fornecendo uma partitura inédita: "Mágoas de Fagote". "Quero incluir também a partitura ou a gravação de 'Bate-Boca', outra inédita", diz Luiz Roberto, que ainda não dispõe de recursos de áudio em seu site. Outro projeto de Luiz Roberto é tornar disponíveis pela Internet os manuscritos originais de músicas conhecidas. Por enquanto, o "Clube de Tom" conta com uma entrevista com Daniel Jobim (neto de Tom), uma série de textos (incluindo uma crônica de Nelson Ayres) e lista das composições de Tom. Os próximos convidados da página serão Edu Lobo (em entrevista), Paulo Belinatti, Egberto Gismonti e Arrigo Barnabé. "Também pretendo convidar o Lobão para escrever", diz Luiz Roberto. O publicitário não quer que o espaço seja tomado por nostalgia ou tristeza pela morte do maestro. "Nunca vai ser um museu escuro, mas um lugar cheio de passarinhos. Como o Tom gostaria." Mas o maior problema, aqui, é a falta de mais links. Um site sobre Tom Jobim deveria ter partituras, letras, fotos, capas de discos e músicas para serem ouvidas via Internet. Por fim, a página não impressiona do ponto de vista visual. Mas, nesse ponto, Luiz Roberto tem razão: se não fosse simples, não seria Tom. Texto Anterior: Octavio Paz declara amor pela Índia Próximo Texto: Família quis proibir o site Índice |
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