São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996 |
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Vera Cruz ganha homenagem na França
BETINA BERNARDES
Os 16 filmes que fizeram parte da "Retrospectiva Vera Cruz" serão agora exibidos em Paris, de 23 a 29 de outubro. O festival, consagrado ao cinema e à cultura da América Latina e encerrado ontem, também teve na competição oficial de longa-metragens dois filmes brasileiros: "Quem Matou Pixote?", de José Joffily, (melhor filme no Festival de Gramado) e "Um Céu de Estrelas", de Tata Amaral, que ganhou uma menção especial do júri. O prêmio Sol de Ouro de melhor filme foi para o mexicano "Profundo Carmesi", de Arturo Ripstein. A "Retrospectiva Vera Cruz" prestou homenagens ao ator Anselmo Duarte e ao diretor e produtor Alberto Cavalcanti, apresentado como "a alma da Vera Cruz". Vida Curta A companhia Vera Cruz teve uma breve existência. Em seis anos, de 49 a 54, os estúdios do ABC produziram 18 longa-metragens. Anselmo Duarte participou de alguns deles, antes de ganhar a Palma de Ouro em Cannes, em 67, com "O Pagador de Promessas". Alberto Cavalcanti foi um dos fundadores da companhia. Recrutou técnicos de 25 diferentes nacionalidades para trabalhar no estúdio. Classificados pela imprensa francesa como os filmes dos "anos Hollywood do cinema brasileiro", os longas "O Cangaceiro", de Lima Barreto (produzido em 53 e premiado em Cannes), e "Caiçara" (em 50), de Adolfo Celi, serão alguns dos exibidos em Paris. Além desses quatro, serão mostrados em Paris: "Tico-Tico no Fubá" (de Adolfo Celi, feito em 52), "Appassionata" (Fernando de Barros, 52), "Sai da Frente" (Abílio Pereira de Almeida, 52), "Nadando em Dinheiro" (Abílio Pereira de Almeida, 52), "Sinhá-Moça" (Tom Payne, 53), "Uma Pulga na Balança" (Luciano Salce, 53), "Na Senda do Crime" (Flaminio Bollini Cerri, 54), "É Proibido Beijar" (54), "Floradas na Serra" (Luciano Salce, 54), "Simão, o Caolho" (Alberto Cavalcanti, 52), "O Canto do Mar" (Alberto Cavalcanti, 54) e "Mulher de Verdade" (Alberto Cavalcanti, 54). Literatura O fórum "Encontros Literários", que faz parte do festival Biarritz, premiou este ano uma escritora brasileira. A ficcionista Patricia Melo, autora de "O Matador" (Companhia das Letras), ganhou o Prêmio "Dois Oceanos" pelo seu romance. Texto Anterior: Debates seguem até dia 29 Próximo Texto: Brasil poderá ter 2.000 salas de projeção Índice |
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