São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996
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UM SÓ PERDEDOR

Apesar da falta de resultados definitivos em muitos municípios, em especial os que não tiveram votação eletrônica, não parece prematuro dizer que quase todos os grandes partidos podem proclamar vitória.
E a razão é simples: o PMDB, que vinha sendo tradicionalmente o maior partido brasileiro desde a redemocratização, sofreu severas perdas, em especial nas capitais.
O desempenho de quinta-feira contrasta com o vitorioso PMDB das eleições de 86. Há exatos dez anos, o partido conseguia uma esmagadora vitória em todo o país, facilitada pelo efêmero sucesso do Plano Cruzado.
Passada uma década, muitos dos líderes peemedebistas de 86 mudaram de partido ou perderam força entre o eleitorado, como o grande vencedor paulista da época, o então governador eleito Orestes Quércia.
De todo modo, o fato de o PMDB ter perdido espaço facilitou o crescimento dos outros partidos, até por ser uma legenda tão heterogênea que seus eleitores podem migrar em várias direções, à direita ou à esquerda.
O PFL, por exemplo, pode comemorar o fato de ter passado para o segundo turno no Rio. Festeja também a vitória em Salvador, cidade de tradição de oposição ao senador Antonio Carlos Magalhães.
O PSDB cresce em número de prefeitos, inclusive nas 250 maiores cidades do país, o que compensa, ao menos em parte, a derrota em São Paulo, o principal colégio eleitoral.
O PT igualmente aumentou o número de prefeitos e também de vereadores, na comparação com 92. Consolida, além disso, bastiões importantes, como Porto Alegre.
O PPB foi outro partido de desempenho mais do que razoável, para o que contribuiu fortemente o resultado obtido em São Paulo.
De todo modo, seria pouco realista imaginar que os resultados eleitorais produzirão efeitos importantes sobre o cenário político nacional. A não ser, é lógico, pelo fator Paulo Maluf, de clara incidência sobre a questão sucessória presidencial.

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