São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996
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Reeleição; Tabu; Trem aéreo; Congresso inoperante; Forças armadas; Casuísmo e injustiça; Comércio exterior; Manifestações corretas; Fundamentalismo baiano; Triste São Paulo; Erro de avaliação

Reeleição
"As ações do presidente da República simbolizam as ações desenvolvidas pelo nosso país.
Por outro lado, sabemos que nessa vida todas as pessoas têm seus direitos e deveres. Dessa forma, entendo que, sob o aspecto ético, nosso presidente advogasse a tese da reeleição, mas somente valendo para os próximos governantes, evitando assim o uso do famoso 'casuísmo'."
Maria Beatriz L. de M. Chaves (Florianópolis, SC)
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"Nessa agitação toda sobre 'reeleição', se realmente estamos num regime democrático, por que nossos dirigentes não cogitaram proceder a um plebiscito, a fim de que todos os segmentos da sociedade livremente opinassem a respeito, sem interferências de políticos corruptos, que, tão logo se vêem eleitos, passam a legislar em causa própria, com raríssimas e honrosas exceções?"
João Carlos de Azevedo (Itajubá, MG)

Tabu
"Podem falar: pouca iluminação, gramado horrível, péssima arbitragem e time desfalcado. Mas a verdade é que está consolidado um dos maiores tabus do futebol brasileiro. O Palmeiras raramente ganha em Bragança Paulista."
Paulo de Tarso Batista (São Paulo, SP)

Trem aéreo
"A boataria que se criou em torno do 'Fura-Fila' é completamente falsa. O sistema de trem aéreo para a cidade de grande extensão, como São Paulo, é perfeitamente técnico e arquitetônico. O que estão falando dos resultados em países estrangeiros nada tem a ver com o método de transporte; o que acontece com esses casos apresentados é simplesmente decorrente da falta de boa engenharia de manutenção."
Anton Zweig Jung (São Paulo, SP)

Congresso inoperante
"Eleições: milhares de candidatos, em sua maioria indivíduos despreparados e mal intencionados. ISO 9000 na democracia. Comecemos com a extinção do inoperante e desnecessário Congresso e convite aos cidadãos aposentados a exercer, patrioticamente, sem honorários, a vereança em suas cidades. Diminuir o custo financeiro da democracia é também uma forma de preservá-la."
Eduardo Fraiha (Belo Horizonte, MG)

Forças armadas
"Infelizmente, até agora os chefes militares não têm movido uma palha para impedir ou pelo menos minimizar os escândalos e os desmandos que estão ocorrendo. Em nome da democracia, os militares devem ficar nos quartéis, como se estes estivessem situados na Lua.
Não consigo mesmo entender o que aconteceu às forças armadas brasileiras. Mudaram elas ou mudaram os homens? Onde estão os sucessores de um Álcio Souto, de um Canrobert, de um Eduardo Gomes, de um Penna Boto, para só citar os chefes militares dos últimos 50 anos? São uma raça extinta?
Será que teremos que nos contentar com a 'aurea mediocritas'?"
Léo Fonseca e Silva (Rio de Janeiro, RJ)

Casuísmo e injustiça
"Crê-se hoje que os ricos são 'mais iguais' que os pobres perante a lei. Acredita-se cada vez mais na impunidade. Por isso, vejo com apreensão as ações e omissões do Executivo, Legislativo e Judiciário em relação às pessoas sem poder econômico ou organização. Nas coisas mais simples, o poder quebra as regras e impõe sua injustiça. Chega de casuísmo e injustiça!
Esperamos que os políticos, juízes e autoridades atentem para o que estão cometendo com suas decisões. Será necessário muito entendimento do presente e visão de futuro para vencer os desafios já visíveis da globalização."
José Renato M. de Almeida (Salvador, BA)

Comércio exterior
"A Folha de 26/9 oferece-nos amostra de como são conduzidos os negócios do governo.
Vemos o presidente do BNDES afirmar que a linha de crédito de R$ 1 bilhão criada para incentivar as exportações fracassou porque não era bem aquilo que o mercado esperava. Justificou-se dizendo que 'a gente aprende fazendo' e 'não dá para chover no molhado', pois os bancos privados operam melhor.
Disse mais: a intimidade que um dos diretores do BNDES tinha com o comércio exterior era ter passado em frente ao cais de Salvador. E assim foram para o ar o pacote anunciado pelo presidente e cerca de 70 mil empregos. Depois de tais declarações, em país sério, tudo continuaria do mesmo jeito? Acuda-nos, macaco Simão."
Laudo Bernardes dos Santos (Piracicaba, SP)

Manifestações corretas
"Lavam a alma manifestações como as de Fábio Konder Comparato ('Repúdio aos israelenses') e Vicente Amato Neto (sobre d. Paulo Evaristo Arns) no 'Painel do Leitor' de sexta-feira, dia 27 último.
De forma precisa, objetiva e correta, põem as situações nos seus devidos termos. Espancar um ministro ancião e indefeso é demais.
D. Evaristo, nem o papa o quer mais na igreja; por que nós, simples componentes dela, iríamos querê-lo?"
Raul Coury (Piracicaba, SP)

Fundamentalismo baiano
"Cabe conclamar o país para derrotar, enquanto é cedo, a política imposta por meio da mentira e da intimidação, em tudo semelhante à do fascismo, desenvolvida pelo 'carlismo', uma espécie de fundamentalismo chefiado por ACM na Bahia.
Na Bahia, os oposicionistas sérios, incluindo até mesmo alguns do PSDB, estão cumprindo seriamente o seu papel, combatendo a farsa da reconstrução carlista do fascismo. Mas é importante que todo o resto do Brasil o faça, para não ser pego de surpresa por subconsiderar o mentor desse processo, ao tomá-lo como apenas uma liderança regional, adstrita à Bahia, ou uma figura exótica, mais uma das trazidas por Jorge Amado para a ficção nacional!"
João Augusto de Lima Rocha (Salvador, BA)

Triste São Paulo
"Do ponto de vista do leitor, há uma procura constante de opiniões que reflitam o seu modo de pensar. Esse é o motivo pelo qual encontramos enorme satisfação quando nos deparamos com um texto que diga de forma clara e objetiva aquilo que estávamos querendo dizer havia muito tempo. Parabéns ao jornalista Fernando de Barros e Silva pelo texto de 27/9 ('São Paulo é o mais triste dos grandes clubes'): ele disse tudo o que eu queria dizer."
João José de Souza Prado (São Paulo, SP)

Erro de avaliação
"As autoridades de Minas e de Juiz de Fora cometeram erro de avaliação econômica na negociação com a Mercedes que possivelmente ultrapassa muitos milhões. Ofereceram à Mercedes empréstimos (correspondentes, no conjunto, a 9% do faturamento) superiores ao que ela gera de ICMS (com base no valor adicionado)."
José Alcides Figueiredo Santos (Juiz de Fora, MG)

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