São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Aliados podem limitar emenda da reeleição à Presidência MARTA SALOMON DENISE MADUEÑO; MATRA SALOMON
Os governistas constataram resistências à reeleição dos governadores e prefeitos já nas próximas eleições. Segundo levantamento feito pelos aliados, há pelo menos 20 senadores dispostos a concorrer às eleições para governador em 1998 -o que os torna potenciais adversários da emenda. Na Câmara, apenas 15 deputados conseguiram se eleger prefeitos no dia 3. E eles já deverão estar diplomados em janeiro, quando a emenda chegar ao plenário para ser votada. "É mais fácil passar a reeleição só para presidente do que estender para governadores e prefeitos", calcula o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). O assunto será discutido hoje pelo presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e o relator da emenda, deputado José Múcio (PFL-PE). Luís Eduardo se reuniu ontem com FHC e, depois do encontro, confirmou que a comissão especial que analisará a emenda da reeleição deve ser instalada em 15 ou 16 de outubro. A decisão de Luís Eduardo segue a estratégia do governo de ver a proposta votada ainda durante a atual presidência da Câmara. Para isso, a comissão tem que ser instalada em outubro para permitir a votação do projeto no plenário em janeiro. Luís Eduardo deixa a presidência da Câmara no início de fevereiro. A fórmula estudada por aliados governistas reedita o modelo de reeleição adotado na Argentina em 1995, para beneficiar Menem. Embora considerem a hipótese "casuística", aliados da reeleição de FHC avaliam que a alternativa poderá reduzir as dificuldades para se obter os votos de 308 dos 513 deputados e 49 dos 81 senadores. A estratégia do governo é liberar os aliados governistas para excluir prefeitos e governadores da possibilidade de disputar a reeleição no próximo pleito. O texto original da emenda prevê também que os que forem disputar a reeleição não precisarão se licenciar dos cargos. Na reunião entre FHC e Luís Eduardo, foi selado um pacto de não-agressão aos partidos aliados no segundo turno das eleições municipais. Isso inclui uma trégua ao candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta. "A aprovação da reeleição depende agora muito mais de o governo não cometer erros", resumiu ACM. Texto Anterior: Malan sugere mandato maior para FHC Próximo Texto: Governista teme que senadores derrotados criem obstáculos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |