São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996 |
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Trauma de 90 orienta estratégia malufista
CARLOS EDUARDO ALVES
A meta é dinamitar a tentativa de construção de um pólo antimalufista por meio da declaração de apoios isolados a Celso Pitta por parte de membros de legendas cobiçadas pela petista. O primeiro passo foi dado pelo acordo com o ministro de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos, que é filiado ao PMDB. Maluf acha que só um desastre tira a vitória das mãos de seu afilhado político. Mas teme a reedição do cenário da eleição para o governo paulista, em 1990. Naquela ocasião, Maluf ficou a poucos votos do triunfo no primeiro turno. Mas, no segundo, Luiz Antônio Fleury Filho (então no PMDB) conseguiu aglutinar em torno de si todas as correntes que antipatizavam com seu adversário e acabou ganhando a eleição. Maluf procurou Santos ainda no primeiro turno da disputa. Reclamou que José de Aristodemo Pinotti -que foi candidato do PMDB graças a uma articulação do ministro- fazia sua campanha basicamente com críticas a Pitta. Santos somente ouviu a queixa. Mas, logo que ficou claro que José Serra (PSDB) -o candidato do coração do ministro de FHC- dificilmente iria para o segundo turno, combinou com Maluf a manobra da declaração de voto em Pitta. A avaliação no comando malufista é que, além de abrir o canal de negociação com o governo federal ao declarar que cacifa Pitta, Santos inviabiliza a ida do PMDB para o colo de Erundina. A importância do PMDB se dá menos por seus votos -Pinotti teve menos de 2%- e, mais no caso da candidata do PT, pela leitura que aí poderia se começar a quebrar a imagem de sectária e estreita que costuma marcar as campanhas petistas. O prefeito paulistano nunca sonhou em ter a adesão de caciques tucanos. Mas acredita que poderá obter declarações simpáticas a Pitta de vereadores eleitos pelo PSDB em São Paulo. Texto Anterior: PPB quer apoio de todo o empresariado Próximo Texto: Ministro fala em governabilidade Índice |
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