São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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Promotor vai entrar com ação contra Prefeitura de São Paulo

Fogo em abrigo municipal causou dez mortes em agosto

DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor de Habitação e Urbanismo Carlos Alberto Amin Filho, 30, vai entrar com uma ação civil pública contra a Prefeitura de São Paulo por não ter mantido em condições de segurança o alojamento provisório José Bonifácio, na Cohab 2, em Itaquera (zona leste da cidade).
Um incêndio na madrugada do dia 6 de agosto destruiu um dos abrigos de madeira do conjunto, matando dez pessoas. Entre as vítimas havia sete crianças.
O laudo do Instituto de Criminalística apontou como a causa mais provável do incêndio falha na fiação elétrica, motivada pelas gambiarras (ligações clandestinas feitas pelos moradores).
Segundo o promotor, é obrigação da prefeitura manter os alojamentos em condições ideais de segurança.
"Vamos entrar com a ação e, provavelmente, com um pedido de indenização para beneficiar as famílias das vítimas", disse Filho.
Outros três processos estão em andamento para investigar a responsabilidade pelo incêndio.
Ontem, Dia Mundial do Habitat, seis ONGs (organizações não-governamentais) fizeram um protesto contra as más condições dos abrigos da prefeitura em Itaquera.
O coordenador do Fórum Nacional de Reforma Urbana, Fernando Abujamra, 24, acredita que, se a prefeitura tivesse seguido a portaria 141, de 20 de março deste ano, que determina vistorias diárias nos abrigos, o incêndio poderia ter sido evitado.
O administrador regional de Itaquera, Nélson Henrique, 38, afirmou que a prefeitura fez e continua fazendo vistorias diárias nos abrigos provisórios da Cohab 2.

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