São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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Boca Juniors vai negociar passe dos atletas na bolsa de valores

RODRIGO BERTOLOTTO
DE BUENOS AIRES

Enquanto no Brasil se discute a lei do passe, os dirigentes do clube argentino Boca Juniors estão capitalizando os passes de seus jogadores e buscando investidores na bolsa de valores local.
O clube mais popular do país espera um último aval das autoridades financeiras para colocar no mercado o título FCBJ, sigla de Fundo Clube Boca Juniors.
Os aplicadores comprariam cotas dos passes dos atletas, ganhando juros anuais sobre o investimento e com a perspectiva de ficar com uma parcela do lucro gerado pela compra e venda dos passes.
"Do que o time ganhar pela venda de cada atleta, 50% ficam com o clube e 50% serão divididos entre os participantes do fundo", diz o tesoureiro Orlando Salvestrini.
Com inédito investimento, o clube espera arrecadar US$ 20 milhões. Esse dinheiro conseguido com o fundo seria usado para comprar jogadores de, no máximo, 25 anos.
"A idéia é comprar um mix de atletas entre 20 e 25 anos, nenhum com passe maior que US$ 1 milhão", afirma Salvestrini.
Para garantir as aplicações, além de assessores financeiros, atuarão como consultores futebolísticos o técnico Carlos Bilardo, o técnico de juvenis Bernardo Griffa e o ex-jogador Antonio Rattín.
A intenção é trazer mais confiabilidade ao título. "Griffa, por exemplo, foi o descobridor de Batistuta e Balbo. Ele, Bilardo e Rattín são a certeza de que haverá lucro entre compra e venda dos jogadores", disse o tesoureiro.
Os investidores poderão acompanhar os índices de seus investimentos de acordo com o desempenho das revelações no campo.
Uma boa temporada significa lucro, uma má fase ou uma contusão causaria a baixa da cotação.

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