São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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O homem certo

JUCA KFOURI

O presidente Fernando Casal de Rey anuncia que é o novo diretor de futebol do São Paulo. É o caso típico de o homem certo no lugar certo.
Os opositores do presidente dizem que ele atingiu seu nível de incompetência ao assumir a direção do clube. Pode ser, embora tenha herdado o Morumbi em situação calamitosa.
Pior para ele que, ao mesmo tempo, sucedeu um presidente bicampeão mundial. Ou seja, o São Paulo que pegou estava falido por uma gestão desastrosa do ponto de vista econômico e absolutamente vitoriosa sob o aspecto esportivo, que é o que interessa ao torcedor.
Agora de Rey reassume o posto que até seus adversários admitem ter sido exercido por ele com rara competência.
Nunca será demais lembrar que Casal de Rey era o diretor de futebol do tricolor bicampeão mundial, um título ganho também sob o comando técnico de Telê Santana e apesar das péssimas relações que ambos tinham com o presidente da ocasião, Mesquita Pimenta.
O grupo de jogadores era tão fechado em torno da diretoria de futebol que nada era capaz de afetá-lo. Prova disso, aliás, foi a volta de Muller recentemente ao Morumbi, tamanha a confiança que o craque sempre teve em Casal de Rey.
Pois ele está de volta.
Quem sabe seja capaz de reviver ao lado de Carlos Alberto Parreira e Moraci Sant'Anna o trio que compôs no começo da década uma tarefa possível na medida em que só Parreira é peça nova no triângulo e também sabe trabalhar em equipe.
Porque parece claro que os jogadores estão precisando de uma sacudida.
Não cabem comparações com os times que foram campeões do mundo, mas, sem dúvida, o elenco é superior a muitos que estão entre os oito primeiros neste Brasileiro.
O time anda nervoso e indisciplinado demais (e a disciplina era uma das marcas registradas daqueles timaços).
É justo dizer, ainda, que parte do nervosismo pode ser creditada ao próprio presidente, que andou padecendo de espírito de perseguição. A derrota para o Palmeiras, por exemplo, foi injustamente debitada à arbitragem. E, curioso, contra o Sport, o árbitro não marcou um claro pênalti em Serginho, queixa não registrada dessa vez.
Seja como for, Casal de Rey está de volta à função que melhor sabe desempenhar. O desafio não é menor que o de reequilibrar as contas do clube e reformar o Morumbi.

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