São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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Diminui público da Feira de Frankfurt

CRISTINA GRILLO
ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT

A 49ª Feira do Livro de Frankfurt, que terminou ontem à tarde, aumentou em tamanho, mas diminuiu em frequência do público.
Este ano foram 20 mil metros quadrados a mais -num total de 184 mil metros quadrados de área de exposição. O público total foi de 274 mil visitantes, contra quase 320 mil no ano passado.
"Mas isso não afetou a realização de negócios. Continuamos tão fortes quanto antes", disse o porta-voz da organização da feira, Holger Ehling.
A explicação dada pelos organizadores para a queda de público foi simples: quinta-feira houve um feriado nacional -dia da unificação alemã-, e muitas pessoas deixaram a cidade.
Mas, para alguns expositores, foram as dimensões gigantescas que afastaram os visitantes. Para ter uma idéia, a Bienal do Livro de São Paulo deste ano teve uma área de 43 mil metros quadrados.
"O tamanho pode não ter afetado os negócios, mas afastou parte do público. Isso faz com que a divulgação da literatura de alguns países seja menor", disse Armando Antongini, diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro.
A grande vedete da feira, em termos de público, foi o pavilhão dedicado aos produtos multimídia. Cerca de 25 mil pessoas circularam diariamente pela área.
Por conta do crescimento deste setor -este ano houve um acréscimo de 75% no total de expositores- a administração da feira decidiu colocá-los no pavilhão 4, o mais central.
Com isso, editores internacionais foram postos nos pavilhões 8 e 9 -no final da feira.
"Poucas pessoas caminharam até aqui. Só vieram os realmente interessados, o que faz com que não se crie um novo público", disse o editor português Téo Ferreira, coordenador da feira do próximo ano, que tem Portugal como tema.
As reclamações dos editores internacionais foram ouvidas, mas provavelmente não serão acatadas. "A distribuição dos expositores será feita da mesma forma no próximo ano. Muitos disseram que, com menos gente, ficou mais fácil trabalhar. Por isso, não vamos mudar", disse Ehling.
Mas pelo menos uma mudança será feita. A Folha apurou que os editores americanos chegaram a ameaçar de não participar do evento no próximo ano. Por conta disso, eles terão um outro pavilhão, mais central, em 1997.
Outra novidade já prevista é a inauguração de mais um pavilhão, para congressos e outros eventos.
Ehling disse não haver uma estimativa do montante de negócios fechados ou iniciados durante a feira. "Os editores não gostam de falar nesse assunto, talvez com receio de que aumentemos nossos preços", disse.

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