São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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Papa faz exames e será operado hoje

Vaticano confirma cirurgia para retirada do apêndice

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Vaticano confirmou para hoje a operação de retirada do apêndice do papa depois que João Paulo 2º, 76, passou por exames médicos no hospital em que está internado, em Roma, a capital italiana.
Os médicos não divulgaram o resultado dos testes, exceto o cardiologista Attilio Maseri. Ele afirmou que o coração e a pressão sanguínea de João Paulo 2º estavam bem.
O papa foi internado no hospital Gemelli no domingo, sua sexta internação desde que se tornou papa, em 1978. Nos exames de ontem, foram analisados os componentes e o fluxo do sangue e os componentes da urina. Foram feitos ainda um eletrocardiograma e uma radiografia do tórax.
"O papa é um bom paciente e também é paciente com os testes", disse um médico do hospital.
Segundo o Vaticano, o papa teve febre três vezes desde o Natal por causa de uma inflamação recorrente do apêndice (apendicite crônica), considerada um caso raro.
Na grande maioria dos casos, a cirurgia é feita em pacientes com apendicite aguda e exige urgência.
Especula-se que uma recorrência de um tumor retirado em 1992 possa ser o motivo da internação.
Boletim
O primeiro boletim sobre a saúde do papa só deve sair hoje às 11h (7h em Brasília), depois de ocorrida a operação. O Vaticano confirmou que a operação vai começar às 7h locais (3h em Brasília).
Segundo o médico que vai chefiar a cirurgia, Francesco Cruciutti, o papa passou sua primeira noite no hospital tranquilo.
"O papa está tranquilo e bem. É evidente que, em um abdome que já sofreu duas intervenções, pode ser mais difícil isolar o apêndice."
A operação deve seguir o método tradicional, com uma incisão no abdome, por causa dos problemas anteriores do papa no intestino. Outra opção seria fazer um buraco pequeno com o uso de uma sonda.
O apêndice pode inflamar por vários fatores, desde bactérias a entupimentos causados por muco.
Se tudo der certo, o papa deve sair do hospital em uma semana e retomar as atividades em um mês.
A chance de morte na operação de retirada do apêndice é de 0,1%. Enquanto está internado, o papa não delega autoridade. Apenas se morrer, um cardeal fica provisoriamente com as funções do pontífice até a escolha de um novo papa.

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