São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
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Pitta muda o discurso, elogia FHC e agora diz querer o apoio presidencial

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta, mudou o discurso e assumiu que quer o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso no segundo turno. "A imagem do presidente tem uma moldura positiva e qualquer apoio soma", disse.
Durante a campanha do primeiro turno, Pitta insistiu em críticas ao governo tucano. Falou, principalmente, sobre a política econômica que geraria desemprego, ao contrário do que ocorreria com a gestão de Maluf em São Paulo, e fazia a comparação entre o auxílio a bancos privados e o aumento de R$ 12 para o salário-mínimo.
Para tentar negar incoerência, Pitta faz uma diferenciação entre o presidente da República e os resultados de sua administração. "A avaliação da pessoa Fernando Henrique é boa, mas a do governo deixa a desejar", afirmou o candidato, que se considera apoiado por FHC. "Tudo me leva a crer que eu tenho esse apoio", acrescentou.
Ao argumentar que acha ser o portador do aval de FHC na disputa paulistana, citou o apoio do ministro Luiz Carlos Santos. "Ele (Santos) é o enviado do governo federal na sucessão municipal."
Pitta ainda listou a participação do PPB no Ministério de FHC como outro motivo que justificaria a adesão do presidente.
A mudança de discurso comporta também um silêncio sobre a reeleição, até o primeiro turno uma tese combatida com ênfase pelo malufismo. "Discuto essa questão no dia 16. Não tenho uma posição hoje", declarou o candidato, que considerou "inoportuna" a abordagem do tema antes do final da eleição em São Paulo.
Pitta não quis opinar nem se é favorável ou não à marcação de uma nova convenção do PPB para reavaliar o veto partidário à discussão do tema ainda em 96. "Só depois que o calendário político (eleição) estiver cumprido", afirmou.
Sequelas
O candidato do PPB, tentando negar que estaria ocorrendo uma barganha entre governo e malufismo envolvendo o segundo turno e a reeleição de FHC, disse que não perdoa os ataques desferidos por tucanos no primeiro turno.
"Não relevo e não esqueço, apesar de não ser vingativo", afirmou Pitta. "Jamais cumprimentarei determinadas pessoas", acrescentou, sem citar nomes.

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