São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
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Covas volta a descartar privatização do Banespa

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas, disse que o Estado pode vender outros ativos, que não o Banespa, para refinanciar sua dívida pelo Tesouro Nacional.
Entre esses ativos estariam a Cesp, Eletropaulo e CPFL. Ontem foi divulgado o pré-edital de qualificação das consultoras que organizarão a venda dessas empresas.
Covas não acredita que a proposta do governo federal para refinanciar a dívida de São Paulo envolva a privatização do banco estadual.
"O parâmetro não é o que se privatiza e sim o pagamento da dívida. Se em Minas Gerais vão vender o Credireal (um banco estadual), é porque é mais fácil vender."
O governador acha que a proposta para São Paulo "seguirá na direção" do que o governo federal propôs a Minas Gerais. Se isso ocorrer, será refinanciada a dívida relativa a 30 de março, R$ 36,7 bilhões.
Para Covas, o problema não é a dívida contratual (CEF, bancos e compromissos externos): "Os parâmetros piores são a dívida com o Banespa (R$ 16,8 bi), com a Nossa Caixa (R$ 4,3 bi) e a dívida mobiliária (R$ 15,6 bi).
O secretário estadual da Fazenda, Yoshiaki Nakano, reúne-se hoje em Brasília com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, para iniciar a negociação. Segundo Covas, Nakano não levará proposta.
Senado
Covas obteve ontem do Senado permissão para prorrogar por até dez anos dívida que, segundo o Banco Central, poderia ser paga agora. Os senadores aprovaram a rolagem de 98% da dívida em títulos que vence no próximo dia 15, no valor de R$ 1,17 bilhão.
Ainda será examinada a rolagem de R$ 555 milhões em títulos que vencerão em 15 de dezembro, mas a tendência é que seja aprovado o percentual de 98% também para a prorrogação dessa parcela.
Em ofício ao Senado, o BC recomendou que a rolagem fosse de 91,09% do total de R$ 1,725 bilhão da dívida paulista vencível neste segundo semestre. Ou seja, o BC avaliou que o Estado teria condições de pagar pelo menos 8,91% da dívida (R$ 154 milhões).
A parcela que vence dia 15 de dezembro terá de ser aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A rolagem é uma troca de títulos. O governo troca papéis de vendimento imediato por outros de prazo maior.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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