São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
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1º grau tem crescimento menor que em 95

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A rede pública brasileira de 1º grau teve uma queda inédita em sua taxa de crescimento, entre 1995 e 1996. Técnicos do MEC (Ministério da Educação) avaliam que os números finais do censo educacional de 1996, em fase de conclusão, indicarão cerca de 30 milhões de alunos.
Se isso acontecer, o crescimento verificado em relação a 1995 -quando havia 28.608.151 alunos nas escolas públicas de 1º grau- será de aproximadamente 3%.
Desde o meio da década de 80, o crescimento anual das matrículas sempre ficou entre 4% e 5%.
Os resultados preliminares do censo, publicados anteontem no "Diário Oficial" da União, indicam a existência de 29.201.207 alunos na rede pública, com um crescimento de 2,07%. Após as retificações, o ministério espera chegar aos 3%.
Para a secretária de Avaliação do MEC, Maria Helena de Castro Guimarães, a diminuição no crescimento coincide com a mudança no perfil demográfico do Brasil.
Censo
Em 1991, foram registrados 27,61 milhões de brasileiros nessa faixa etária. Em 1994, a estimativa estatística era de 27,47 milhões.
A faixa de 7 a 14 anos coincide exatamente com a idade ideal para se frequentar o 1º grau.
O número de alunos registrados é maior do que o da população dessa faixa etária porque no Brasil existe uma distorção de 60% na relação entre a idade escolar do estudante e a série realmente cursada.
Além disso, há a demanda não atendida, que o MEC estima em 2 milhões de alunos para o 1º grau -há dois anos um levantamento menos preciso indicava 4 milhões.
Variações estranhas
No início do próximo ano, será possível saber com precisão quantas crianças estão fora da escola, cruzando os dados do censo educacional e a contagem populacional que o IBGE acaba de realizar.
Os dados preliminares e incorretos no censo foram publicados para que as secretarias estaduais e municipais se manifestem, enviando retificações em um prazo de 30 dias -prorrogável por mais 10 dias, em alguns casos.
Para Maria Helena de Castro, é provável que essas escolas tenham tido problemas para enviar dados em consequência das dificuldades de transporte e de comunicação.
A rede particular foi a mais negligente na remessa de dados. Apenas 35% das escolas mandaram os números até junho, o que impede comparação com anos anteriores ou com a rede pública.

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