São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
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Suicida detona granada e mata policial

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um policial militar e uma pessoa ainda não identificada morreram ontem à tarde após a explosão de uma granada em São Mateus, na zona leste. Um outro policial sofreu ferimentos na perna.
A PM acredita que a pessoa que detonou a granada tenha cometido um ato suicida após ser abordado pelos policiais.
O caso ocorreu por volta das 18h30, na rua Pantaleão Bonfante, na favela Vera Cruz. A favela foi cercada pela PM por cerca de um hora. A operação contou com mais de 20 carros e dois helicópteros.
Segundo o soldado Rubens Vieira Saraiva, 32, da 4ª Companhia do 19º Batalhão da PM, os soldados Maurício Antonio da Silva, 32, e João Carlos Gouveia, 31, faziam patrulhamento na rua quando abordaram uma pessoa que estava em um Uno vermelho com detalhes pretos.
A pessoa, que na abordagem disse se chamar Alemão, teria saído do carro com a granada na mão, soltado o pino do explosivo e abraçado Silva.
Segundo Saraiva, no hospital, Gouveia afirmou que a pessoa teria dito: "Sou assaltante de banco. Morro, mas você vai junto".
A explosão causou graves ferimentos no peito de Silva, que morreu no hospital São Mateus.
O suposto assaltante morreu no mesmo hospital. Sua mão foi arrancada com a explosão. Gouveia sofreu ferimentos na perna e foi transferido para o HM (Hospital Militar), onde passa bem.
O crime aconteceu em frente a uma praça que fica na favela. No momento da explosão, muitas pessoas saíram correndo.
A PM acreditou que uma outra pessoa estava no Uno. A favela foi cercada. Segundo Saraiva, a operação contou com dez carros da 4ª Companhia, 12 da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) e dois helicópteros.
"A buscas terminaram quando chegou a informação de que havia apenas uma pessoa no Uno", disse Saraiva.
O soldado Maurício Antonio da Silva trabalhava na PM havia 11 anos. Ele era casado, tinha duas filhas e recebia R$ 600 por mês.
Até o início da noite, a polícia não havia identificado a pessoa que estava no Uno, nem o que o levou a detonar a granada. "Nós imaginamos que ele deveria ser foragido de algum presídio ou até doente de Aids para reagir assim", disse Saraiva.

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