São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996![]() |
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Nova ordem mundial ressuscita o nazismo
CINILIA T. GISONDI OMAKI
A Europa do entre-guerras era o campo ideal para a evolução de idéias revolucionárias, pois a crise de 1929 provocara o aumento de conflitos sociais e o avanço da esquerda. As elites e as camadas médias se julgavam ameaçadas, pois os valores liberais começaram a ser contestados e os governos não conseguiam resolver as crises econômicas e sua natural consequência -a frustração social. Em suma, a instabilidade econômico-social, o avanço da esquerda e a fragilidade das instituições liberais representaram elementos históricos que ajudam a entender o nascimento do movimento nazista. Foi comemorado no final dos anos 80 o término da Guerra Fria, e a nova ordem trouxe algumas alterações: fim da União Soviética e a globalização. Os novos valores que emergiram defrontam-se com uma nova onda de conservadorismo e nacionalismo como o de partidos e grupos neonazistas. Com o fim do comunismo na Europa, em 1989, tendências nacionalistas de direita reprimidas vieram à tona, espalhando ódio étnico e racial, novamente, pelo continente e fora dele. Os grupos mais radicais estão na Alemanha reunificada, pois a reunificação está cobrando um alto preço para a sociedade alemã. Crescimento econômico limitado e grande movimento migratório representam o ambiente ideal para radicalizações, especialmente de jovens insatisfeitos e sua aproximação com a ideologia neonazista. Esses jovens temem que seu futuro econômico seja sacrificado pelos ideais liberais sociais. Por isso se agrupam em gangues. A mais famosa é a dos skinheads: jovens violentos e reacionários, considerados "soldados" desse movimento. Alienados e agressivos, foram alvos fáceis de partidos ou grupos de extrema direita, para servirem como executores do serviço sujo nas ruas em nome da ideologia. Importante destacar que a violência é o traço comum dos skinheads, mas nem todas as gangues abraçaram os valores neonazistas. Apesar do avanço dessas ideologias, a sociedade alemã rejeita o neonazismo, preferindo a democracia. O neonazismo não se limita à Alemanha, aparecendo de forma marcante em outros países. Tal avanço, representa mais um desafio para as instituições democráticas neste final de milênio. Texto Anterior: As inscrições estão abertas Próximo Texto: Faculdades têm agências Índice |
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