São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
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Demissão de 12,5 mil servidores estaduais vai custar R$ 68 mi

Professores e médicos lideram a adesão ao programa

FRANCISCO CÂMPERA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os professores e profissionais da saúde do Estado de São Paulo foram as categorias que mais aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) promovido pelo governo paulista este ano.
Desse total, 3.364 são professores, 1.039 são médicos, e 435 são auxiliares de enfermagem.
O Secretário de Administração e Modernização do Serviço Público, Fernando Carmona, divulgou ontem o resultado final do PDV, que começou em 25 de junho e terminou em 23 de agosto.
Apenas funcionários da administração direta podiam participar. Servidores da área de segurança e os que trabalham em regime temporário não foram incluídos.
São Paulo tem 657 mil servidores, dos quais 267 mil são da administração direta.
Quem aderiu ao PDV recebeu como estímulo um salário por ano trabalhado no Estado, 60 vales-refeição e assistência médica extensiva aos familiares por 12 meses.
Segundo Carmona, o governo não tinha previsão de quantos servidores iriam aderir ao PDV. Para ele, o resultado foi positivo, pois "toda economia é bem-vinda".
Ele disse que o Estado vai recuperar os R$ 67,966 milhões gastos nas indenizações em dez meses. Na opinião do secretário, é normal a grande adesão de professores e médicos, "já que são os maiores quadros de servidores do Estado".
O presidente do SindSaúde (sindicato estadual dos trabalhadores da saúde), Ângelo D'Agostini Jr., acredita que o principal motivo da desistência dos médicos são "os baixos salários". Para ele, a situação da saúde vai piorar no Estado.
O presidente da Apeoesp (Sincato Estadual dos Professores), Roberto Felício, também apontou os baixos salários como causa da adesão dos professores ao PDV.

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