São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996 |
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Água de hemodiálise não é controlada
ABNOR GONDIM
Com base no quadro dos serviços traçado pelas auditorias, o ministro Adib Jatene (Saúde) baixou portaria ontem que prevê o prazo de até dois anos para a superação das deficiências. Os doentes renais recorrem à hemodiálise periodicamente para retirar do sangue substâncias nocivas que não são eliminadas pela urina por falta de funcionamento dos rins. A contaminação da água foi a causa da morte de 52 pessoas que fizeram hemodiálise este ano em Caruaru (PE). "Ou os serviços que atendem 25 mil pacientes por ano se adaptam à portaria ou fecham", disse Jatene. Segundo o ministério, a ausência de controle da qualidade da água em 52% dos serviços não significa a iminência da repetição da tragédia de Pernambuco, já que a água usada em Caruaru não era nem sequer potável. Pela auditoria, 6% das unidades não faziam nenhum tratamento de água e 15% não fazia exames complementares em pacientes. A portaria estabelece padrão de qualidade para a água utilizada na hemodiálise. Isso proíbe o uso de água sem nenhum tratamento, como ocorreu em Caruaru. Segundo o ministro Jatene, outra exigência da portaria é a modernização dos serviços de hemodiálise. As auditorias afirmam que 25% das máquinas têm mais de oito anos e que a maioria está obsoleta e sem manutenção periódica. Outra deficiência apontada pelas auditorias revela que 73% dos serviços reutilizavam os filtros dos aparelhos mais de dez vezes. A portaria estabelece que eles não podem ser reutilizados mais de seis vezes. Um crédito de R$ 100 milhões foi aberto pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar a aquisição de aparelhos modernos e de produtos. Para a importação de novos aparelhos, o BNDES financia 90% do valor. O empréstimo terá juros fixos de 6,5% ao ano mais juros variáveis estabelecidos pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). O mesmo vale para a aquisição de produtos como filtros, com a diferença de que os juros fixos são de 3% ao ano. O ministro da Saúde disse que a portaria está provocando a reação das clínicas particulares especializadas em tratamento renal. Segundo ele, os recursos do BNDES com juros favorecidos eliminam a desculpa de que a manutenção dos aparelhos ficará mais cara com a adoção de controle mais rígido. Texto Anterior: Compare os métodos de emagrecimento Próximo Texto: Programa reduz em 62% a cárie infantil Índice |
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