São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
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Clubes admitem pagar mais à Previdência, mas põem limites

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dirigentes de clubes de futebol disseram ontem que aceitam ampliar as contribuições à Previdência Social, mas não no patamar que quer o governo.
Ontem, eles se reuniram com o secretário-executivo do Ministério da Previdência, José Cechin, que defende que os clubes paguem uma contribuição próxima à cobrada dos demais empregadores.
"Os funcionários dos clubes se aposentam como qualquer cidadão", disse Cechin.
O vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda, disse que é "aceitável" que os clubes aumentem a contribuição. Mas, para ele, deve ser negociado um meio termo.
Cechin disse que foi apresentada aos clubes a proposta de tributá-los em 5% sobre todas as receitas operacionais.
Hoje, os clubes pagam 5% sobre a renda dos jogos. A diferença é que a contribuição passaria a incidir sobre outras receitas, como os direitos de TV e publicidade.
A mudança seria incorporada a um projeto de lei a ser enviado ao Congresso ainda neste mês.
"A proposta da Previdência vai ser coadunada (ajustada) em um acordo nos clubes para que a gente passe isso no Congresso sem maiores problemas", disse o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Segundo Cechin, com essa incidência adicional, os clubes passariam a pagar um valor próximo dos 20% sobre a folha salarial, cobrados dos demais contribuintes patronais.
"Pelo sistema atual, os clubes pagam um décimo do que pagariam se fossem empresas normais", disse Cechin.
Em 1995, os clubes pagaram R$ 4,8 milhões à Previdência. Segundo Cechin, o valor seria R$ 24 milhões se os clubes pagassem como as demais empresas.
Nos oito primeiros meses de 1996, os clubes recolheram R$ 3,4 milhões.

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