São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Funai tenta convencer índios a negociar

ANDRÉ MUGGIATI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O assessor da Presidência da Funai Wagner Senna foi ontem à reserva dos índios uaimiris-atroaris para tentar convencê-los a retomar negociações com a empresa mineradora Paranapanema.
Os índios uaimiris-atroaris ocupam, desde domingo, a estrada usada pela Paranapanema para escoar a cassiterita produzida na mina de Pitinga, em Presidente Figueiredo (a 107 km de Manaus).
A empresa paga, hoje, R$ 16 mil por mês para usar a estrada que passa pela reserva dos índios. O valor foi firmado em acordo de 82.
Os índios querem receber R$ 78 mil mensais que, segundo eles, corresponderia a 0,5% do valor do minério produzido.
Anteontem Senna discutiu a retomada das negociações com representantes da Paranapanema. A empresa está propondo o pagamento de R$ 24 mil mensais.
Apesar do bloqueio da estrada, a Paranapanema continua extraindo cassiterita da mina. O mineral está sendo estocado no local.
Segundo o Programa Uaimiri-Atroari, o impasse nas negociações permanecia ontem.
Segundo o programa, os índios só pretendem deixar a estrada caso a empresa pague a quantia exigida.
O Programa Uaimiri-Atroari foi criado na década de 70 para administrar indenizações que os índios receberam da Eletronorte, pela construção da hidrelétrica de Balbina. As decisões sobre o que acontece na reserva são tomadas pelo conselho do programa, composto por 15 índios e cinco indigenistas e representantes da Funai.
Segundo a Paranapanema, há estoque para manter a produção de estanho -feito em São Paulo a partir da cassiterita- por 90 dias.

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