São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Cresce apoio paulistano à emenda da reeleição

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cresceu o apoio dos paulistanos à emenda que dá direito ao presidente Fernando Henrique Cardoso de disputar a reeleição daqui a dois anos. Agora, 37% defendem a idéia. Há um mês, só 32% tinham essa opinião.
Entretanto, uma parte maior dos habitantes da cidade ainda é contrária à tese da reeleição: 42%. Como eram 44% em setembro, a oscilação ficou dentro da margem de erro de três pontos percentuais.
Um terceiro grupo, que é a favor da reeleição, mas só para o próximo presidente, permanece no mesmo patamar. Eram 18% no começo de setembro e, atualmente, são 17% -segundo pesquisa Datafolha feita na quinta-feira.
Migração
Se analisadas em conjunto, as evoluções desses três grupos indicam uma leve tendência de os eleitores paulistanos que apóiam a reeleição como princípio migrarem para o grupo que a aceita já para o atual presidente.
Quando indagada na pesquisa estimulada sobre a melhor maneira para se decidir sobre a mudança da legislação que trata da reeleição, a imensa maioria dos paulistanos se disse favorável ao plebiscito, "isto é, uma consulta à população": 86%.
Apenas 11% dos pesquisados optou pela resposta "por meio de votação no Congresso Nacional".
O apoio à fórmula do plebiscito é ainda maior entre os que declaram preferência pelo PT (92%), entre os que têm renda familiar entre 10 e 20 salários mínimos (91%) e entre os que têm o segundo grau completo (89%).
Tucanos
Obviamente, o maior apoio à mudança da lei de modo que possa servir já à sucessão de FHC vem dos paulistanos que declaram preferência pelo partido do presidente, o PSDB: 69%.
Já antecipando o que deverá ser o confronto pelo poder em 1998, a maior rejeição à idéia da reeleição para o atual presidente parte dos petistas. Só 29% apóiam a tese.
Já o eleitorado do PPB de Paulo Maluf -outro presidenciável- está dividido: 50% são a favor do direito de reeleição para FHC, 12% querem que ela só valha para o próximo presidente e 38% são sumariamente contra a reeleição.
Formadores de opinião
O apoio a Fernando Henrique, implícito na resposta daqueles que defendem a mudança na lei para que ela beneficie o atual presidente, é maior entre os eleitores chamados formadores de opinião.
São aqueles que têm nível superior (56%) e têm uma renda familiar acima de 20 salários mínimos (51%).
Contra
Em geral, as tendências de mudança de opinião da sociedade partem desse grupo para depois chegar aos mais pobres e menos escolarizados.
Por enquanto, esse contingente da população, que representa a maioria do eleitorado, é o que majoritariamente se manifesta contra a tese da reeleição por princípio.
São os casos dos que só estudaram até o primeiro grau (48%) e daqueles que têm renda familiar menor do que 10 salários mínimos.

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