São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996 |
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Mulher processa médico
PAULO SAMPAIO
Ivana ficou paraplégica no parto de seu segundo filho, depois de se submeter a uma anestesia peridural, aplicada por Minan. Ela diz que, na clínica onde foi feito o parto, a Doutor Cury, em Osasco, alegaram que seria um caso de "neurocisticercose". Trata-se de uma infecção no cérebro, provocada por um parasita ingerido na carne. O laudo assinado pelos neurologistas Célio Levyman, o mesmo que vistoriou a Clínica Santé, e Ricardo Nitrini, diverge da versão apresentada pela clínica. Análises Eles afirmam que "as análises apontam de forma mais contundente para a possibilidade de alguma substância contaminante, em alguma das coisas utilizadas para o procedimento anestésico: a própria substância, o frasco que a continha, a agulha (...)" O processo número 29.351 está em fase de instrução no Conselho Regional de Medicina. "Não quero dinheiro, só não gostaria que isso acontecesse com outras pessoas", afirmou a ex-bancária. Instantâneo Ela conta que estava bem quando foi internada, em agosto de 1994, e que o anestesista teve de aplicar duas doses da peridural, porque a primeira espirrou fora. Assim que recebeu a segunda dose, ela lembra que começou a sentir dores nas pernas e o líquido subir pela coluna. "Foi instantâneo", diz. O filho de Ivana nasceu normal, mas ela ficou paraplégica. Ivana diz que a clínica não deu nenhuma assistência especial a ela por causa disso. No laudo, Levyman compara os danos que Ivana sofreu na coluna aos de um tiro na medula. Ivana ganhava cerca de R$ 600 como operadora de terminal no Bradesco. Hoje, licenciada, ela ganha R$ 500. Texto Anterior: Cirurgiã se exime de responsabilidade Próximo Texto: Polícia investiga negligência Índice |
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