São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996 |
Próximo Texto |
Índice
Hill tem sua maior chance no Japão
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
O GP do Japão, última etapa da temporada 96, acontece às 2h de amanhã (horário de Brasília), com transmissão ao vivo da TV. Hill tem nove pontos de vantagem na tabela (87 a 78) e precisa apenas de um sexto lugar para não depender da corrida do rival. Villeneuve, por sua vez, luta pela vitória e ainda precisa torcer para que o companheiro não marque nenhum ponto. Uma eventual igualdade favorecerá o inglês, que venceu mais neste ano (7 a 4). O duelo, garante a equipe Williams, será disputado com armas iguais. O time de Frank Williams e Patrick Head teve até o cuidado de levar dois carros reservas. A cara iguaria tem razão de ser. O time sabe que qualquer indício de favorecimento o tornará alvo de crítica, ainda mais se Hill, por qualquer motivo, for prejudicado. Dispensado de forma humilhante no mês passado, foi trocado pelo alemão Heinz-Harald Frentzen. Vai correr pela TWR (Arrows) em 97 e dificilmente terá outra chance de ganhar o título. O mesmo que desperdiçou nas duas última temporadas, quando esbarrou no talento de Michael Schumacher, alijado da disputa deste ano devido às deficiências de sua Ferrari. Aos 36 anos, o inglês combate também o fantasma da aposentadoria, precoce em uma categoria que privilegia, cada vez mais, o preparo físico dos pilotos. Marcada pelo início tardio, sua carreira teve lances de sorte, como ser pinçado para testar para a Williams e acabar herdando o posto de primeiro piloto da equipe após a morte de Ayrton Senna, em 94. O azar, porém, veio na mesma medida e acabou traduzido pela mídia como falta de talento ou mesmo de habilidade. Villeneuve, por outro lado, joga a responsabilidade da decisão para o companheiro, apostando, talvez, na sua instabilidade emocional. Após uma estréia empolgante na Austrália, o campeão da Indy do ano passado sofreu com a falta de adaptação aos circuitos da F-1. Também cometeu erros, mas se recuperou na última parte do campeonato, alcançando três das quatro vitórias que teve no ano -já é o melhor piloto estreante da história da categoria. A reação coincidiu com a queda de rendimento de Hill. Resta saber se ela não aconteceu muito tarde. Villeneuve tem razão quando se diz menos pressionado que o companheiro. Está em seu primeiro ano e já fez muito, claro, graças à superioridade da Williams. Seu verdadeiro campeonato deve acontecer em 97, quando enfrentará os alemães Frentzen e Schumacher, que prometem estar em condições para isso. Mas o canadense tem ambição suficiente para acreditar que o campeonato não está perdido. O cenário para toda essa decisão seria completado na madrugada de hoje, quando o grid de largada se definiria. E um de seus dois personagens, entrará para a história. (JHM) NA TV - Globo, ao vivo, a partir da 2h de amanhã Próximo Texto: Última prova da temporada decidiu a F-1 17 vezes Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |