São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Dinei faz tratamento em clínica

DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Dinei, 26, do Coritiba, está em São Paulo, onde desde segunda-feira se submete a tratamento numa clínica para viciados em drogas.
"É um tratamento de apoio. O Dinei não é viciado. Estamos recuperando um atleta que poderia tomar o caminho das drogas", disse Marco Aurélio Cunha, médico do Coritiba e também chefe do departamento de futebol.
Dinei foi suspenso por 240 dias, após seu exame antidoping no jogo de sua equipe contra o Juventude, na primeira rodada do Brasileiro, ter dado positivo.
Ele admitiu ter usado cocaína durante uma festa de aniversário dias antes do jogo.
O tratamento está sendo feito na clínica New Life. O atacante faz parte de um grupo 12 pessoas.
Segundo Cunha, a escolha pelo tratamento partiu de um entendimento entre o atleta e o clube.
"O Dinei queria procurar ajuda e nós entendemos que somente no clube isso não seria possível. Por isso optamos por um local especializado."
O atacante passa o dia na clínica, mas não fica internado. O tratamento deve durar oito semanas. A Folha apurou que o custo é de R$ 500 por semana.
"Nós vamos arcar com todas as despesas", afirmou Cunha. A clínica, no entanto, não quis confirmar quem está arcando com as despesas.
Desentendimento
Enquanto Dinei procura ajuda, o Coritiba tenta um acordo com o Cruzeiro, dono do passe do atacante.
Dinei foi emprestado ao Coritiba por R$ 40 mil até dezembro. O clube pagou R$ 20 mil adiantados e o restante seria em 15 dias.
Segundo Cunha, após a suspensão do atleta, o Coritiba tentou negociar para não ter que pagar a segunda parcela do empréstimo. Por outro lado, ainda segundo Cunha, ficaria responsável pela recuperação de Dinei.
"Eles não se interessaram pelo atleta. Não nos telefonaram perguntando como estava o Dinei. Só queriam o dinheiro."
O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, afirmou que entrou em contato várias vezes com o atleta.
"Dei todo o apoio para o Dinei. Ele é um bom profissional."
Segundo ele, o Coritiba não fez adequadamente a defesa do atacante.
"Nós entramos com um recurso junto à CBF. Estamos alegando que, quando aconteceu o incidente, Dinei estava sem contrato, portanto, não poderia ser julgado como atleta."
Perrella disse que pretende receber o dinheiro, mesmo que tenha que recorrer à Justiça.
"O Cruzeiro não pode abrir mão do dinheiro. Foi feito um acordo, e ele tem que ser cumprido."

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