São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Surfista faz uso de vídeo para vencer

Joca Jr. põe a mulher para filmar

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

O potiguar Joca Júnior, 27, vem se firmando como o surfista brasileiro de maior destaque na atualidade. Além de ser o atleta do país mais bem colocado no WQS (divisão de acesso do surfe mundial), Joca lidera o Brasileiro.
A arma secreta de Joca (José Genival Bezerra) é sua mulher, Adriane de Oliveira, que filma o marido nas etapas do circuito.
"Eu a tirei do trabalho para me filmar. Disse que ela iria me ajudar a evoluir no surfe", disse.
Em entrevista à Folha, Joca falou sobre a boa fase e sua arma secreta.
*
Folha - Como funciona a parceria entre você e sua mulher?
Joca Jr. - Ela viaja comigo e me filma direto. Em casa assistimos o vídeo para poder me aprimorar.
Folha - O que você pode melhorar com as filmagens?
Joca Jr. - Surfando a gente não tem a noção de como está. No vídeo isso fica possível. Dá para melhorar principalmente o estilo.
Folha - Outros surfistas também usam esse recurso?
Joca Jr. - Alguns caras do WCT também utilizam o vídeo. É uma forma de evoluir.
Folha - Além do vídeo, o que fez com que você evoluísse este ano?
Joca Jr. - Quando virei profissional e comecei a perder me desestimulei. Botei na minha cabeça que teria que treinar mais.
Folha - Essa é a melhor fase de sua carreira?
Joca Jr. - Foi alucinante ser campeão brasileiro amador em 89, mas é agora que eu estou vivendo o meu melhor momento.
Folha - Que cuidados você tem com o seu corpo?
Joca Jr. - Sou atleta de Cristo. Não bebo, não fumo e não saio em noitada. Também controlo a alimentação. Em qualquer esporte, se você não se cuidar, acaba rápido. Por ser magrinho, vou longe.
Folha - Qual é a sua principal característica como surfista?
Joca Jr. - Velocidade, com manobras radicais. Desde meu início no surfe, tive facilidade com manobras difíceis, como aéreo e 360°.
Folha - Você já se considera campeão brasileiro?
Joca Jr. - Não. Nos últimos anos perdi nas etapas finais do torneio. Mas, se vencer o Rio Surf, estarei perto do título.
Folha - E quanto ao WQS?
Joca Jr. - Aí é mais difícil, pois estou em 5º lugar. Mas serão cinco etapas no Brasil. Se vencer duas, posso ser o campeão.
Folha - Você acha que já dá para encarar os melhores do mundo?
Joca Jr. - Com a maioria, dá para competir de igual para igual. Agora, os cinco ou seis primeiros do ranking estão em outro nível. Espero crescer no meio deles. No WCT, se eu encaixar um ano como 96, dá para fazer barulho.

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