São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Portugal recebe prêmio com festa

JAIR RATTNER
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LISBOA

O prêmio Nobel da Paz foi recebido com euforia em Portugal. Além de Timor Leste ser uma questão nacional, tanto José Ramos-Horta como o bispo Carlos Ximenez Belo têm nacionalidade portuguesa.
"Espero que essas provas do interesse da comunidade internacional façam a Indonésia finalmente se mover", disse o premiê português, Antonio Guterres.
O Nobel conseguiu rara unanimidade na política portuguesa. Da direita ao Partido Comunista, todos consideraram o prêmio um apoio à luta pela independência de Timor Leste.
No meio da tarde, houve uma festa timorense em Lisboa, no Espaço Timor, com a presença de quase 200 pessoas, a maior parte refugiados. Portugal é o principal país de asilo na Europa para os timorenses refugiados. Ocupado pela Indonésia em 7 de dezembro de 1975, Timor Leste ainda é considerado pela ONU um território sob administração portuguesa.
Mesmo em Macau, a última colônia portuguesa, na China, os refugiados timorenses fizeram festas nas ruas, comemorando o prêmio.
O presidente português, Jorge Sampaio, leu uma mensagem na TV afirmando que o país vai continuar na luta pela autodeterminação do território.
Ontem, o lobby pró-Timor em Portugal pedia que a resistência de Timor Leste seja admitida na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa como oitavo membro.

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