São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Mãe e senhora Aparecida

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

O romeiro, ao chegar à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, não pensa no cansaço da viagem. Feliz, quer homenagear a padroeira do Brasil. Vem agradecer os benefícios e cumprir as promessas. Vem pedir a Deus as graças de que necessita, por intercessão de Maria, mãe e senhora nossa.
O olhar do peregrino, ao encontrar a pequena e humilde imagem retirada das águas do rio Paraíba em 1917, eleva-se à própria mãe de Deus, a quem presta, com amor, sua filial devoção.
Como resposta à sua prece, o romeiro lê em grandes letras sobre a imagem as palavras do Evangelho em Caná: "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo 2,5). Eis a mensagem de Maria a todos que comparecem a seu santuário. Primeira e perfeita discípula de Jesus, é modelo de fé na divindade de seu Filho. Ajuda-nos a colocar em Deus toda confiança, a conhecer melhor, amar e imitar Jesus Cristo, nosso único salvador.
Neste ano, a novena da padroeira revestiu-se de maior solenidade, recordando a preparação ao ano 2000 do nascimento de Cristo, a graça do 13º Congresso Eucarístico Nacional, a Campanha da Fraternidade sobre Justiça e Paz e o 3º Centenário de santo Afonso de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor.
Em sintonia com a rádio Aparecida, mais de cem emissoras transmitem a todo o país a liturgia desses dias. Pela primeira vez, a novena foi integralmente difundida pela televisão, por meio da Rede Vida.
Unidos na fé, peçamos a Deus graças para o Brasil.
Estamos ainda em tempo de eleição, pois algumas cidades maiores irão escolher seus prefeitos em segundo turno. "A política não pode nos dividir". Lembremo-nos de que, antes de toda opção partidária, somos cidadãos da mesma pátria.
Roguemos à Virgem Maria que nos ensine a viver, à luz do Evangelho, como irmãos e irmãs, filhos de Deus. Daí a necessidade de superarmos rivalidades e ressentimentos que, às vezes, nascem no decorrer da campanha.
Somando esforços em busca do bem comum, temos que promover o direito à vida contra toda violência, o direito à terra, à moradia, ao trabalho e a melhores condições de saúde e educação. Empenhemo-nos em prol da dignidade da mulher, opondo-nos à absurda esterilização em curso no país.
Em nível internacional, somos chamados a demonstrar que é possível, de modo pacífico e fraterno, pelas leis e cooperação da sociedade, vencermos as injustiças e alcançarmos as transformações sociais indispensáveis ao bem-estar do povo e, em especial, dos mais carentes. Isso, no entanto, requer a graça de Deus e um sincero esforço de solidariedade entre nós.
No dia da padroeira do Brasil, cantemos, confiantes, com o povo fiel: "Ó mãe, convertei os que erram, amparai os idosos, defendei as crianças, dirigi os jovens, socorrei os que sofrem". Abençoai nossas famílias e ensinai-nos, com o testemunho de uma vida fraterna e solidária, a louvar e bendizer a Deus Nosso Senhor.

D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.

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