São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Rossi deve anunciar apoio a Erundina

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Francisco Rossi, candidato derrotado do PDT à Prefeitura de São Paulo, deve anunciar amanhã seu apoio à petista Luiza Erundina no segundo turno, depois de reunião do diretório estadual do PDT.
Se, como afirmou à Folha, "acompanhar" a decisão da maioria dos membros do diretório, Rossi tentará transferir para Erundina quase 50% de seus 400.536 votos no primeiro turno.
Segundo pesquisa Datafolha de 4/10, 46% dos eleitores de Rossi votariam na petista, e 36%, no pepebista Celso Pitta.
O diretório tem sete integrantes, incluindo Rossi. Um deles, o professor de biologia Nelson Nunes, 52, disse à Folha que não duvida de que a maior parte de seus colegas apóie a aliança com o PT.
Rossi manifestou simpatia pela candidata petista, que o procurou no início da semana passada. Ela esteve na casa do pedetista, em Vila Francisco (zona oeste).
"Erundina é uma pessoa humilde, muito simpática, encantadora mesmo", disse Rossi. Segundo ele, Erundina expôs, "em termos muito éticos", a possibilidade de o PDT integrar seu governo, junto com os partidos que a apoiarem.
Brizola Rossi recebeu na semana passada um telefonema do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, que deixou clara sua preferência por Erundina.
"Ele não me pediu para apoiá-la, mas disse que ela lhe era muito simpática", afirmou Rossi.
Barros Munhoz, membro do diretório e prefeito eleito de Itapira (170 km ao norte de São Paulo), votará pelo apoio a Erundina e sugeriu a Rossi que faça o mesmo.
O candidato a vereador do PDT Eliseu Gabriel disse à Folha que Rossi fez exposição favorável à petista em reunião com os candidatos a vereador do partido.
Vários deles, de origem malufista, como Almir Guimarães (que não se reelegeu), pediram a Rossi que apóie o PPB.
Rossi anunciou a disposição de liberá-los, mas os candidatos preferiram aguardar que ele se decida.
Nunes é presidente do Instituto Pasqualini, do PDT, que leva o nome daquele que é considerado o maior teórico do trabalhismo brasileiro: Alberto Pasqualini.
"Contradição ideológica" Para Nunes, "seria contradição ideológica o PDT apoiar Pitta".
"O PDT é um partido no mínimo de centro-esquerda", afirma.
Numes conta como certos os apoios a Erundina de Liberato Caboclo, prefeito eleito de São José do Rio Preto, e Aílson Barbosa, delegado do PDT em São Paulo, ambos do diretório estadual.
"Caboclo é socialista convicto, e Aílson é pedetista histórico", diz.
Outro membro do diretório, Carlos Zuppo, deputado federal e candidato derrotado a prefeito de Osasco, "tem um discurso muito parecido com o de Miro Teixeira (deputado federal, PDT-RJ)", segundo Nunes. Em sua opinião, Zuppo favorecerá o PT.
O sexto membro do diretório é Jair Sanches, presidente do partido em Osasco. Acusado de estelionato, sua presença na reunião de amanhã é uma incógnita.

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