São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Filme aumenta movimento em boates

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Casas noturnas de São Paulo em que há striptease dizem que o movimento cresceu nos últimos dias, provavelmente por conta do filme.
"Desde setembro, temos uns 40% a mais de clientes", informa Sérgio Isidoro, relações públicas do Club de Paris, no centro.
"A casa anda cheia como nunca", afirma Tânia Maciel, dona da boate Kilt, também no centro.
Segundo o produtor do show de Malu Bailo, Renato Fernandes, o público não aumentou "ainda", mas deve crescer à medida que as pessoas assistirem ao filme.
O aumento do interesse já chegou a alguma garotas de programa. "Com o filme, os caras já fazem questão de pedir o strip no primeiro contato. Antes, ninguém ligava muito", conta Ani, que marca programas por telefone.
"Os clientes estão pedindo, e eu fui ver o filme para me aprimorar", afirma Luciana.
Strip digital
Se os homens estão à procura de uma performance como a de Demi Moore, saem chupando o dedo da maior parte das casas noturnas.
São raros os shows como o de Malu Bailo e o da boate Kilt, que contam com strippers que tiram a roupa -e apenas isso.
Em geral, a stripper já entra de calcinha e sutiã e não demora mais de três minutos para ficar nua. Ela tem mais o que fazer. A regra geral é que seja uma garota de programa, que usa o strip como vitrine.
Só mudam o formato, do show e da stripper, conforme o público.
Em casas da avenida São João, que têm sessões durante todo o dia e cobram R$ 3 pela entrada, senhoras de 1,60 m e até 80 kg tiram a roupa enquanto sambam ao som de Bee Gees.
No teatro Orion, na rua Aurora, as sessões são corridas, das 13h às 23h30, e a stripper mostra melhor forma física.
Inclusive para fugir dos clientes, já que a casa adota o strip, digamos, digital.
A stripper tira rapidamente a roupa e desfila no meio do público, disposto como numa platéia normal de teatro.
Os clientes podem tocá-la com mãos e dedos, sem machucar, em qualquer parte do corpo. Às vezes, juntam-se até oito a apalpar. Tudo por R$ 7.
Em casas mais sofisticadas, com público de engravatados, a entrada custa R$ 15 ou mais. As garotas têm cara de modelo, mas coreografia e produção continuam deixando a desejar.
Daí o êxito de Malu Bailo, que leva 15 minutos interpretando Evita Perón ou Grace Kelly, para, só então, começar a tirar a roupa -o que leva mais 10 minutos.
"Quanto mais vestida, melhor", explica Bailo. "O sucesso depende do que é insinuado, não apenas do que é mostrado."
(RSc)

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