São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Centro divulga metodologia

FERNANDO ROSSETTI
DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

Depois de três anos de trabalho, o Projeto Axé ganhou tamanha projeção nacional e internacional que já não dava mais conta das solicitações de cursos de formação e visitas -a mais famosa feita no ano passado por Hillary Clinton (primeira-dama dos EUA).
A procura internacional foi responsável pelo atendimento de cerca de mil pessoas em 95, segundo Cesare de la Rocca.
Também aumentou a demanda interna. O projeto começou com apenas 25 educadores, metade já envolvidos em movimentos populares e metade com uma formação mais acadêmica. Hoje emprega 130 pessoas e continua crescendo.
Para enfrentar essa necessidade de informação e formação, o Axé fez um projeto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e montou, no ano passado, seu Centro de Assistência Técnica e de Formação de Recursos Humanos.
É uma das áreas ditas prioritárias pela direção do projeto -que sempre enfatiza em seu discurso que o trabalho do Axé só é possível porque tem recursos humanos bem treinados, e não voluntários, como em outros programas.
Além do trabalho de aprendizagem interna dos educadores -que envolve muitas reuniões-, o Centro de Formação já deu este ano quatro cursos no interior do país, promoveu três seminários de disseminação da metodologia do Axé e abriu na semana passada a terceira turma de policiais militares, em um convênio com o governo do Estado.
"Essa idéia de trabalhar noções de direitos humanos com policiais militares foi proposta pela Anistia Internacional e o Unicef. Está dando resultados muito interessantes", afirma a coordenadora do centro, Vera Leonelli.
Ela coordena uma equipe de sete técnicos e cinco pessoas de apoio, que cuida também de um centro de informação, com livros e vídeos da área. Atualmente, está montando uma biblioteca circulante para o trabalho nas ruas.
A área de direito também é relacionada ao centro. "Estamos estudando como instituir uma prática articulada entre o trabalho do educador e do advogado", diz o criminologista italiano Ricardo Cappi, 31.
(FR)

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