São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Sexólogos aprovam iniciativa ousada
ROGERIO SCHLEGEL
Despir-se de maneira erótica para provocar o parceiro pode ser uma maneira de assumir um personagem, liberando as fantasias. "Isso é importante, porque em geral as pessoas tendem a não compartilhar as fantasias. Mas imaginar uma historinha ou um personagem não quer dizer que você vá realizá-la", afirma a psicóloga Aparecida Favoreto. Ela explica que faz parte do que poderia ser considerada uma vida sexual sadia jogar com o que é erótico. "E o striptease em casa nada mais é que uma forma de jogo. A vida sexual sem erotismo, sem sedução, não tem graça." Curso criticado Para a sexóloga Rosely Sayão, é "bárbaro" o impulso de uma mulher que sai do filme de Demi Moore, chega em casa e improvisa um strip para o marido. "É sempre bom ousar, quando há intimidade na cama e fora dela entre o casal." Mas ela critica a idéia de fazer um curso. As pessoas, diz, estão transformando a sexualidade em uma prova de desempenho. "Preocupar-se com a técnica e fazer um curso mostra interesse em atingir determinada performance, como se isso importasse por si só", diz. Sayão diz que a sexualidade não tem esse sentido. "Desempenhar tecnicamente bem não leva ninguém a lugar nenhum." A psicóloga Aparecida Favoreto acredita que os cursos de strip podem ajudar, porque muitas pessoas não receberam a devida educação sexual. "Não sabem se tocar, não relaxam e têm dificuldade em sentir", afirma. "Para essas pessoas, um exercício de erotismo pode contribuir para uma vida sexual feliz." Favoreto acredita que curso e prática podem ser negativos se a mulher só estiver preocupada em agradar o parceiro. A lingerie transparente, por exemplo, só deve ser usada se fizer sentido para a mulher -não apenas para o homem. "É normal tentar agradar, mas não pode ser só isso." Machões condenam O pitoresco Movimento dos Machões Mineiros condena mulheres casadas que queiram fazer strip. "Isso é bom para a mulher dos outros. Se a minha fizesse um, eu iria achar tão ridículo que cairia na gargalhada", afirma Luiz Mário Jacaré Ladeira, 55. Para Jacaré, marido e mulher têm de ir no arroz com feijão. "E olhe lá!" (RSc) Texto Anterior: 'Só faria para alguém sensacional' Próximo Texto: Lipoaspiração exige check-up do paciente Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |