São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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ENTENDA

Dependência - Situação em que países periféricos do sistema capitalista mundial -como Brasil, México, por exemplo- são subordinados aos países centrais -como Estados Unidos, Alemanha, Japão. Os países periféricos dependem de tecnologia e financiamento dos países centrais para sustentarem seu desenvolvimento, que não é autônomo, decidido nacionalmente.

A dependência em FHC - A novidade é a ênfase no estudo do modo particular como ela se subordina e se desenvolve. Essa particularidade só pode ser percebida se são analisadas as relações de classe, os conflitos políticos, de cada país. Isto é: é preciso analisar, além das potencialidades econômicas, o modo como as classes dirigentes de cada país se relacionam com os países centrais, o que influencia o modo como se dá o desenvolvimento nacional, que não é determinado apenas pelos países centrais.

Classe social - Na tradição marxista de pensamento, que inspira parte importante do trabalho de FHC, o que define uma classe é sua posição no processo de produção. A burguesia (que detêm a propriedade dos meios de produção) e o proletariado (os trabalhadores assalariados) são as classes fundamentais no capitalismo.

Classe universal - O proletariado. Para Marx, o desenvolvimento do capitalismo, sua expansão, levaria a uma superexploração dos trabalhadores e à queda da taxa de lucro. Consciente da sua situação, o proletariado tomaria o poder e socializaria os meios de produção -todos seriam proprietários, o poder e a propriedade seriam universalizados.

Burguesia - Outras classes também propuseram projetos universais. A burguesia -que já foi classe dominada antes de abolir o sistema feudal- havia prometido igualdade e liberdade universais: não haveria mais servos e senhores. Mas a burguesia não poderia cumprir essa promessa de igualdade: a propriedade privada dos meios de produção criaria diferenças. A única classe universal seria o proletariado.

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