São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Loja "importada" requer adaptações

ALINE SORDILI

PRISCILA LAMBERT; ALINE SORDILI
EDITORA DO TUDO

PRISCILA LAMBERT
Na hora de optar por uma franquia estrangeira, é importante ter em mente que as diferenças entre o país de origem e o Brasil podem exigir algumas adaptações no formato da franquia.
"É o que chamamos de tropicalização do conceito. Não adianta só traduzir. É preciso adaptar, sem transformar o conceito", diz.
A rede Arby's determinou que os adultos seriam seu público-alvo no Brasil, enquanto nos EUA o público é infanto-juvenil.
"Percebemos que a concorrência para esse público era muito grande", afirma Guilherme Affonso Ferreira, master-franqueado.
Um dos resultados dessa adaptação foi a inclusão de cerveja e café no cardápio dos restaurantes.
Os hábitos do brasileiro levaram outra franquia dos EUA, a Dunkin'Donnuts, a adaptar lojas e produtos no país. Os "donnuts" (sonhos) fazem parte do café da manhã dos norte-americanos. No Brasil, ele é lanche ou petisco.
Segundo o master-franqueado, Gerson Keila, 42, isso fez com que as lojas no Brasil fossem menores e em locais movimentados.
Além disso, foram incluídos recheios -doce de leite, goiaba e chocolate- de acordo com o gosto do brasileiro.
O paladar do brasileiro também influenciou as mudanças de cardápio da rede Subway. A empresa criou sanduíche de frango, além do hot dog. "A Subway norte-americana permite inclusões no cardápio. Isso pode variar até de cidade para cidade", afirma Mario Silva, diretor de operações da rede.
A loja-piloto da rede tem, ao contrário das americanas, 470 m2. Agora, diz ele, as lojas devem ser menores, retomando o padrão.
O McDonald's também foi guiado pelo gosto brasileiro. "Criamos a torta de banana e o molho caipira. O Cheddar McMelt passou a fazer parte do cardápio fixo, ao contrário dos EUA", afirma Jadir de Araújo, diretor de franquia.
Para o consultor Marcelo Cherto, 42, da Cherto Franchising, "a vantagem do franchising é que o empreendedor não precisa reinventar a roda".
Para ele, é importante que o franqueador proponha modificações, mas não deixe de ouvir os donos da marca no país de origem.
Fabio Setton, master-franqueado da PostNet, rede dos EUA, seguiu esse conselho. "Além de traduzir os manuais, sugerimos mudanças no visual dos serviços, que foram adotados pelos EUA."

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