São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996 |
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TVs usam câmeras de semáforos para mostrar trânsito de São Paulo
DANIEL CASTRO
As redes Bandeirantes (dona do Canal 21, em UHF) e Globo já solicitaram o serviço para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego, empresa da prefeitura). A Secretaria Municipal de Transportes estuda uma possível regulamentação sobre a cessão das imagens às TVs, provavelmente de graça e sem licitação. As câmeras fazem parte do sistema de "semáforos inteligentes", projeto orçado em R$ 94,6 milhões e que deve estar concluído em dezembro. Instaladas no topo de postes de 15 metros de altura, essas câmeras chegam a ter campo de visão de até dois quilômetros, dão giros de até 355 graus e, com o zoom, aproximam as imagens. As câmeras transmitem, via cabos de fibra ótica, imagens coloridas para monitores instalados em cinco centrais de acompanhamento do trânsito. Com as imagens, os técnicos da CET observam o fluxo de carros e, em casos de acidentes ou de veículos quebrados, acionam os serviços de resgate ou remoção. As imagens captadas nos cruzamentos poderão ser transmitidas, diretamente das centrais de acompanhamento do trânsito para as emissoras de TV, com o uso de links (equipamentos que enviam sinais de áudio e vídeo). O Canal 21, inspirado em emissoras canadenses e espanholas, pretende usar imagens de 67 câmeras ainda neste mês -até o final de setembro, só 31 estavam funcionando, concentradas na região central. Um acordo com a prefeitura possibilita à emissora o uso de imagens dessas câmeras antes da regulamentação. Segundo Rogério Brandão, 42, diretor de programação do Canal 21, a idéia é abrir o "Jornal São Paulo", às 18h, com imagens das câmeras da CET, "dando um giro pelos cruzamentos da cidade". O Canal 21 já está no ar em caráter experimental (à noite) e ocupa uma concessão de UHF obtida pela Rede Bandeirantes em 1989. Para sintonizá-lo na Grande São Paulo, basta ter antena de UHF (a mesma da MTV). Em breve, as operadoras de TV a cabo também devem distribui-lo. O canal vai ficar no ar, inicialmente, das 12h às 24h. Sua programação prioriza o jornalismo local, com três telejornais (veja programação na página 4). A emissora vai usar recursos da Rede Bandeirantes (câmeras, por exemplo) e jornalistas da Rádio Bandeirantes AM. Trinta repórteres da rádio trabalharão simultaneamente para o canal. Segundo Alberto Luchetti, diretor-geral do Canal 21 e da Bandeirantes AM, a emissora vai transmitir "um jornalismo imediatista, como o do rádio". Os repórteres deverão ter a "agilidade e a descontração" do rádio, abrindo matérias falando do tempo e informando a hora certa, nunca parados na frente das câmeras. Essas orientações, segundo Brandão, darão ao canal uma "linguagem radiovideofônica". Texto Anterior: CARTAS Próximo Texto: Repórter trabalha 20 horas para cobrir eleição na TV e rádio Índice |
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