São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Governadores discutem dívidas e o futuro de Fernando Henrique

Proposta é alongar vencimento de empréstimos para saneamento

FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A emenda da reeleição estará em pauta na reunião de 15 governadores marcada para hoje à tarde no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
O governador de São Paulo, Mário Covas, já se manifestou contra a tese, apontada como o maior objetivo do governo FHC.
Também se opõem à reeleição os governadores de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), e do Espírito Santo, Vítor Buaiz (PT).
Apóiam a tese o governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), e de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira, do PMDB, entre outros.
Dívida
O motivo oficial do encontro dos governadores é a discussão das dívidas dos Estados.
Os governadores querem alongar o vencimento dos empréstimos destinados a programas de saneamento financeiro e a suspensão temporária do pagamento de precatórios -dívidas já homologadas pela Justiça.
Esses empréstimos -feitos junto à Caixa Econômica Federal- vencem em dezembro de 1998, quando termina o mandato dos atuais governadores.
Estados como Alagoas e São Paulo estão envolvidos em disputas judiciais com seus credores por causa dos precatórios.
Só o governo paulista enfrenta 318 pedidos de intervenção no Supremo Tribunal Federal e contesta o pagamento de R$ 6 bilhões em precatórios.
A nova reivindicação dos governadores está sendo articulada por Vitor Buaiz (PT), do Espírito Santo, e Divaldo Suruagy (PMDB), de Alagoas.
Na semana passada, Buaiz reuniu 13 governadores -ou representantes- em Vitória, para discutir o assunto.
A idéia é conceder aos empréstimos destinados a programas de saneamento administrativo (como demissão voluntária de funcionários) o mesmo prazo de pagamento que está sendo renegociado para as dívidas mobiliária (em títulos) e contratual (junto a bancos).
Ou seja, 30 anos para pagamento e redução das taxas de juros. "Queremos o mesmo tratamento para os empréstimos de saneamento", disse Buaiz, cujo Estado deve cerca de R$ 20 bilhões em dívidas contratuais.
Precatórios
"Estamos unidos pelo sofrimento", afirmou o governador Divaldo Suruagy, autor da sugestão de anistia temporária para o pagamento dos precatórios. "Essa cobrança está sendo feita em excesso", disse Buaiz.
Pela proposta, os Estados definiriam um interlocutor junto à Justiça para iniciar uma renegociação em torno das decisões judiciais já tomadas.
Suruagy e Buaiz esperam o apoio de Estados mais ricos às suas propostas. (FERNANDO GODINHO)

Colaborou a Reportagem Local

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