São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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BC aponta novo rombo de R$ 506,3 mi

Total de irregularidades sobe a R$ 3,2 bi

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central apontou mais um rombo de R$ 506,3 milhões em empresas ligadas ao Banco Econômico, elevando para R$ 3,2 bilhões o total apurado desde a intervenção, decretada em agosto de 1995.
O valor do novo rombo é indicado em relatório sobre a Econômico S/A Empreendimentos enviado no último dia 7 ao juiz da Vara de Falências da Bahia, Augusto Bispo.
A Econômico Empreendimentos era controladora das empresas não-financeiras do grupo comandado pelo banqueiro Ângelo Calmon de Sá.
Segundo o BC, a Econômico Empreendimentos teria sido usada pelo banco para fabricar resultados favoráveis nos seus balanços.
A estimativa sobre o rombo do grupo soma quase o dobro do orçamento deste ano para projetos da reforma agrária. A meta é assentar 60 mil famílias.
Os relatórios do BC já redundaram na decretação da indisponibilidade dos bens de 42 ex-administradores do banco. Os bens de 13 ex-administradores da Econômico Empreendimentos deverão ter também o mesmo destino.
Com esse relatório, o BC encerrou os trabalhos da comissão de sindicância instalada em Salvador, após a intervenção do Banco Econômico, no dia 11 de agosto.
O rombo da Econômico Empreendimentos resulta de vários ajustes efetuados nas suas controladas pela comissão de sindicância do BC.
Um dos maiores ajustes ocorreu no valor das ações da Açominas, avaliadas em R$ 340 milhões, pertencentes a uma subsidiária da Econômico Empreendimentos.
Segundo o relatório, o valor das ações era de apenas R$ 43,1 milhões. Esse teria sido o valor pago pela empresa para adquirir com deságio as ações da Açominas.
Auditores do BC afirmam que a Econômico funcionava como um espécie de "tapete", embaixo do qual estariam abrigadas empresas falidas de devedores do banco. Entre elas, a CST Santana do Parnaíba e a CST Consultoria e Vendas.

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