São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Patrocínio

CIDA SANTOS

Pode se preparar: no próximo sábado começa a Superliga masculina. Em jogo, o título mais importante do vôlei brasileiro.
Entre as 12 equipes inscritas, não há mistério: Olympikus, Report/Suzano, Chapecó e Banespa são os favoritos. O mais triste é ver o Minas Tênis Clube e a Ginástica, dois times de tradição, sem patrocínio e sem chances de brigar pelo título.
Depois de 13 anos, o Minas vai disputar seu primeiro campeonato nacional sem o patrocínio da Fiat. Na temporada passada, o time ficou em último lugar, uma posição para lá de incômoda para quem, nos anos 80, foi tricampeão brasileiro e tinha um Pelé em quadra.
Rebaixado, o time disputou a seletiva para voltar à Superliga. O técnico Cebola, ex-jogador dos tempos áureos do Minas, tem a missão de reconstruir a equipe. Por enquanto, sem patrocínio e com atletas mais jovens, as metas são modestas: ficar entre os dez primeiros e trabalhar as categorias de base.
A Ginástica, das terras gaúchas de Novo Hamburgo, jogou os últimos anos em parceria com o Frangosul. Na temporada 94/95, foi campeã da Superliga. Neste ano, o frigorífico Frangosul retirou o patrocínio.
Foi um golpe duro para uma cidade apaixonada por vôlei e com uma torcida que lota o ginásio local.
Para não deixar de disputar a Superliga, a Ginástica promoveu um inédito sistema de cotas entre comerciantes e pequenas empresas da cidade.
Com isso, a equipe, que ainda espera por um grande patrocinador, arrecada cerca de R$ 20 mil mensais e garante os salários dos atletas e da comissão técnica.
A Ginástica vai ter uma equipe modesta nesta temporada, mas um exemplo raro de amor à camisa. O levantador Paulo Roese resolveu ficar no time, mesmo ganhando cerca de um quarto do que receberia em qualquer outro grande clube.

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