São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Quebra-quebra provoca em SP interdição de 13 estações

FABIO SCHIVARTCHE
OTÁVIO CABRAL

FABIO SCHIVARTCHE; OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Demora e vai-e-vem de trem causou tumulto; fechamento de trecho vai durar 4 meses

Um trecho de 49 km da linha Jundiaí-Paranapiacaba da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) deve ficar fechado por pelo menos quatro meses.
A interdição aconteceu depois de um quebra-quebra em sete estações na região norte da Grande São Paulo, na manhã de ontem.
O tumulto, segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, teria sido causado por maquinistas e operadores que estão fazendo uma "operação padrão".
Segundo Frederico, os operadores retiraram de operação duas composições em Francisco Morato, por volta das 7h, porque elas estariam com goteira na cabine, gerando um atraso de 30 minutos.
"O primeiro trem que passou depois da paralisação ficou muito lotado, quebrou entre as estações Jaraguá e Perus e iniciou a volta para a estação de origem", explicou Frederico.
A manobra interrompeu o tráfego das outras composições da região, agravando o clima de revolta da população.
"O trem ficou no vai-e-vem e o povo saiu dando pedrada", contou o office boy Roni, 17, que participou do quebra-quebra.
Não houve confronto entre e a polícia e a população, e apenas duas pessoas ficaram levemente feridas.
A interdição vai afetar cerca de 60 mil pessoas. A secretaria preparou um esquema especial de ônibus para atender os usuários do trem durante a reforma da rede.
Treze estações ficarão fechadas, sete delas para reforma e seis para racionalizar os trens em uso.
Destruição
O trem que ficou parado entre as estações teve três de seus seis vagões incendiados. Na estação Jaraguá todos os vidros foram quebrados.
Na estação Perus, a mais atingida, não sobrou quase nada. Vidros foram quebrados, placas arrancadas, roletas danificadas e até as caixas saqueadas.
O cenário de destruição era o mesmo nas estações Franco da Rocha e Francisco Morato. A única que escapou ilesa da fúria dos usuários foi a estação Caieras.
Terceira revolta
Essa foi a terceira revolta ocorrida nos últimos 15 dias em trens da CPTM.
No dia 30 de setembro, a estação Ermelino Matarazzo (zona leste de São Paulo) e um trem foram depredados.
Na sexta-feira passada foi a vez da estação Lapa (zona oeste), depredada por passageiros que também estavam reclamando da demora nos trens.

Texto Anterior: Acidente mata pelo menos 11 em Minas
Próximo Texto: Secretário aponta 'sabotagem'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.