São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 1996
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McDonald's compra a parte de brasileiro

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os hambúrguers do McDonald's não mudaram nada desde o início de outubro, mas estão mais americanos do que nunca.
No último dia 1º, foi fechado um acordo pelo qual o McDonald's no Brasil passará a ser uma empresa totalmente americana. A matriz nos EUA comprou a participação que era de Gregory Ryan por um valor que o mercado está calculando em cerca de US$ 30 milhões.
Ryan, que detinha 17% numa das três empresas que representavam o McDonald's no país até agora, continua no grupo, como presidente da McDonald's do Brasil. Ele deixa, porém, de ser sócio e vai trabalhar apenas como um executivo, embora tenha acertado também que terá uma participação nos resultados da empresa.
Reestruturação
A compra da participação de Ryan, nascido nos Estados Unidos, mas naturalizado brasileiro, faz parte do processo de reestruturação administrativa do McDonald's no país, iniciado há cerca de 22 meses, informa Ronaldo Marques, diretor de marketing do grupo.
Até então, o grupo -o maior no setor de fast food em todo o mundo- tinha três empresas no mercado brasileiro. Além da holding, McDonald's do Brasil, existiam a Restco, responsável pelas operações no Sul e em alguns Estados do Sudeste, e a Realco, que se ocupava das atividades do Rio para cima.
Tendo feito sua carreira em várias cadeias de lanchonetes, Ryan era acionista da Restco e seu presidente desde o início das operações do McDonald's no país, em 1980.
Agora, todas as operações do grupo no país foram consolidadas em uma única empresa, com o objetivo de dar maior agilidade aos negócios. "A consolidação em uma companhia apenas vai permitir maior economia de escala", acrescenta Marques.
Os planos da empresa para o Brasil são ambiciosos: com investimento de US$ 500 milhões, o grupo quer chegar ao ano 2000 com 530 restaurantes e 795 pontos-de-venda. Hoje são 217 restaurantes e 346 pontos-de-venda.
As vendas da rede devem crescer 20% neste ano no mercado brasileiro, chegando a cerca de US$ 750 milhões, um resultado obtido com o aumento do consumo das classes C e D. Depois do Plano Real, esses consumidores aumentaram sua participação nas vendas do McDonald's de 20% para 40%.
A empresa tem seguido uma política de reajustar os preços abaixo da inflação para continuar atraindo esses consumidores. Desde o Real os preços foram reajustados cerca de 15 pontos percentuais abaixo do índice de inflação.
Atualmente, está fazendo uma promoção em que oferece redução de preços para determinados tipos de lanches.
Por enquanto, o mercado brasileiro já representa o oitavo maior do grupo mundialmente, mas, se forem concretizadas as metas fixadas para os próximos quatro anos, o Brasil passará a ser o quinto.

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