São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 1996
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Estrangeiros trazem R$ 122,5 mi até dia 10

DA REPORTAGEM LOCAL

Os investimentos externos na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), a maior do país, continuam fortes neste mês.
Até o dia 10, as entradas de "dólares" na Bolsa paulista superaram as saídas em R$ 122,5 milhões. Os estrangeiros enviaram o equivalente a R$ 877,7 milhões para a compra de ações, repatriando ao mesmo tempo R$ 755,2 milhões.
No mês passado, as remessas foram de R$ 2,21 bilhões, superando as vendas em R$ 450 milhões. Foi o maior saldo mensal desde janeiro passado, quando ingressaram R$ 694,7 milhões.
No acumulado até setembro, os investidores estrangeiros enviaram R$ 2 bilhões líquidos este ano para a compra de ações na Bovespa -quase quatro vezes mais que aos R$ 512,5 milhões remetidos em todo o ano de 1995.
Alfredo Rizkalah, presidente da Bovespa, teme que esse fluxo favorável de recursos seja afetado pela CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que levará 0,2% de cada transação.
Como o novo imposto -cujo projeto de lei complementar encontra-se em tramitação no Congresso- é inevitável, a Bolsa solicitou ao Banco Central que volte a isentar de IOF as operações de "hedge" (proteção) feitas no país pelos investidores estrangeiros.
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é de 7% para os estrangeiros que fazem operações de "hedge" nos mercados de compra e venda futura de ações.
Esse imposto foi instituído para evitar que os estrangeiros aproveitassem o mercado acionário para ganhar dinheiro com os altos juros praticados no país. Isso era possível por meio de operações de renda fixa (ganho pré-determinado) nos mercados de derivativos, onde se negociam os direitos de comprar ou vender ações no futuro.
"Esse tempo já passou", disse Rizkalah.

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